Países de todo o mundo endurecem medidas contra o coronavírus

16 mar 2020 - 12h32
(atualizado às 12h34)

Bares, restaurantes, teatros e cinemas das cidades norte-americanas de Nova York e Los Angeles e de outras cidades globais estão fechando para combater a pandemia de coronavírus, enquanto países reforçaram as fronteiras e bancos centrais de todo o mundo adotaram medidas agressivas para amenizar o impacto econômico da doença.

Franceses fazem fila para entrar em supermercado 
16/03/2020
REUTERS/Christian Hartmann/
Franceses fazem fila para entrar em supermercado 16/03/2020 REUTERS/Christian Hartmann/
Foto: Reuters

O Federal Reserve dos Estados Unidos cortou as taxas de juros para quase zero pela segunda vez em menos de duas semanas, e outros BCs seguiram o exemplo, mas os mercados de ações continuaram a despencar e o dólar no exterior recuava diante do iene.

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Os principais mercados de ações europeus caíam para seu menor nível desde 2012 nesta segunda-feira, já que os investidores continua preocupados com a ameaça à economia global, e os futuros de Wall Street para o índice S&P 500 atingiram seu limite de baixa, levando a crer que Wall Street deve seguir o mesmo caminho.

"Muitas crianças acham assustador", disse a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, em uma coletiva de imprensa em seu escritório dedicada a responder perguntas das crianças sobre a pandemia.

"Não tem problema ficar assustado quando tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo", acrescentou.

Líderes dos países do G7 farão uma videoconferência às 11h do horário de Brasília desta segunda-feira para debater uma reação conjunta ao surto do coronavírus.

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Vários países proibiram aglomerações, como eventos esportivos, culturais e religiosos, para combater a doença que já infectou mais de 169 mil pessoas mundialmente e matou mais de 6.500.

O vírus foi identificado na cidade chinesa de Wuhan em dezembro, mas agora existem mais casos e mais mortes fora da China continental do que dentro.

No domingo, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, disse que estava ordenando que restaurantes, bares e cafés só vendam comida para entrega e que ordenará que clubes noturnos, cinemas, teatros pequenos e casas de show fechem.

"Estes locais são parte do coração e da alma de nossa cidade, mas nossa cidade está enfrentando uma ameaça inédita, e precisamos reagir com uma mentalidade de tempo de guerra."

O prefeito de Los Angeles, Eric Garcetti, emitiu ordens semelhantes. Qualquer restaurante, bar ou café que venda alimento só poderá fazê-lo pelo sistema de delivery, disseram autoridades.

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Dubai, polo comercial e de viagens do Oriente Médio, disse que está fechando todos os bares e lounges até o final de março. A Tailândia, conhecida por sua vida noturna desenfreada, planeja fechar escolas, bares, cinemas e áreas populares de briga de galo.

"O pior ainda nos aguarda", disse o doutor Anthony Fauci, o principal especialista em doenças infecciosas dos Estados Unidos.

PIORANDO NA ITÁLIA

O doutor Jerome Adams, cirurgião-geral dos EUA, disse que é importante reagir agressivamente.

"Será que queremos ir na direção da Coreia do Sul, ser realmente agressivos e abaixar nossas taxas de mortalidade, ou queremos ir na direção da Itália?", indagou ele na Fox News.

Na Itália, o país mais atingido da Europa, surgiram 368 mortes novas do surto de Covid-19 no domingo, de longe a maior cifra diária registrada em qualquer país, incluindo a China.

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O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, disse ao diário Corriere della Sera que o surto ainda está piorando no país como um todo.

Mas a Lombardia, região do norte italiano que vem sofrendo mais com o pior surto de coronavírus da Europa, está mostrando os primeiros sinais de uma possível desaceleração no contágio, disse seu governador, sem dar estatísticas.

O Reino Unido pediu a montadoras como Ford, Honda e Rolls Royce que ajudem a fabricar equipamentos de saúde, como ventiladores, para lidar com o surto e estudará usar hotéis como hospitais.

As diretrizes mundiais coordenadas lembram as medidas abrangentes adotadas pouco mais de uma década atrás para combater o derretimento do sistema financeiro global, mas desta vez o alvo é fazer sociedades inteiras se isolarem.

"A questão que ainda persiste para os investidores é que o impacto econômico do vírus ainda é desconhecido, se este é um evento de um mês ou se é um evento de um ano, e qual será a profundidade do corte nos gastos do consumidor", disse Rick Meckler, sócio da Cherry Lane Investments de New Vernon, em New Jersey.

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Empresas aéreas disseram que farão cortes mais drásticos em seus cronogramas de voos, demitirão pessoas e pedirão ajuda governamental por causa das restrições de viagens globais abrangentes.

França e Espanha seguiram a Itália impondo interdições a dezenas de milhões de pessoas. A Austrália ordenou que estrangeiros chegando ao país se isolem.

A China disse que sua produção industrial teve o pior recuo em 30 anos nos dois primeiros meses de 2020.

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