Países insulares que sofrem com o impacto das mudanças climáticas confrontaram as nações ricas na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) nesta semana, dizendo que o fracasso de países desenvolvidos em agir com urgência colocou em risco a sobrevivência das ilhas.
"Há muitos entre nós, as ilhas pequenas e marginalizadas do nosso globo, cercadas por mares que elevam seus níveis e abrasadas pelo aumento das temperaturas, que estão começando a questionar esta parada anual de discursos floridos e pretensões públicas de fraternidade, também chamada de Assembleia Geral anual da ONU", disse o primeiro-ministro de Santa Lúcia, Philip Pierre, na reunião desta sexta-feira.
Vários dos que discursaram no evento de uma semana citaram o secretário-geral da ONU, António Guterres, que em julho alertou que a era do aquecimento global havia terminado e que a era da "ebulição global havia chegado".
A percepção sobre a falta de urgência das nações desenvolvidas foi um tema corrente. Os discursos enfatizaram que a incapacidade de reduzir suficientemente as emissões de gases do efeito estufa contribuiu para o aumento do nível do mar, ameaçando nações insulares e de baixa altitude.
"O problema é que aqueles países cujas ações mais precisamos podem estar tão confiantes que sobreviverão que não agem rápido o bastante para nós", disse a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, nesta sexta-feira.
Pelo Acordo de Paris de 2015 para a mitigação de mudanças climáticas, os países assumiram a meta de limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus Celsius, patamar que segundo os cientistas evitaria os piores impactos do aquecimento.
Para atingir esse objetivo, os cientistas dizem que o mundo precisa cortar emissões globais pela metade até 2030, zerar as emissões líquidas até 2050.