O produtor de cinema assumiu nesta segunda-feira a responsabilidade em "todos os assuntos referentes à gestão" da produtora 'El Deseo' e à criação, em 1991, de uma offshore da qual ele e seu irmão, o cineasta Pedro Almodóvar, aparecem como representantes e que é citada nos chamados Panama Papers.
Embora reitere que tanto ele como Pedro e a produtora estão "a par" de todas as suas obrigações tributárias, o produtor quis deixar à margem desta questão seu irmão, envolvido nos últimos dias na promoção de seu novo filme, "Julieta".
"Lamento profundamente o prejuízo que está sofrendo a imagem pública do meu irmão, provocado única e exclusivamente pela minha falta de experiência nos primeiros anos de caminhada de nossa empresa familiar", afirmou Agustín em comunicado.
Ele também lembrou a origem da produtora, criada pelos dois irmãos em junho de 1985 e na qual desde o primeiro momento dividiram "as tarefas e obrigações de uma forma muito clara".
"Eu assumi todos os assuntos referentes à gestão da empresa, e ele se dedicou a todos os aspectos criativos", explicou o produtor.
"Gostaria de esclarecer que a constituição da empresa, em 1991, se deveu à recomendação dos meus assessores ante uma possível expansão internacional de nossa empresa", justificou-se.
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No escândalo Panama Papers - considerado o maior vazamento da história do jornalismo de dados, superando inclusive o Wikileaks -, os nomes dos irmãos Pedro e Agustín Almodóvar constam como representantes, no começo dos anos 90, de uma offshore chamada Glen Valley Corporation, registrada nas Ilhas Virgens Britânicas, um território considerado paraíso fiscal, segundo o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, que divulgou o caso.
Segundo o consórcio, a empresa se manteve ativa de 22 de março de 1991 até 11 de novembro de 1994, e foi administrada a partir do escritório da companhia de advocacia e gestão de patrimônio Mossack Fonseca em Genebra (Suíça).
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Ian Cameron, o pai do primeiro-ministro do Reino Unido David Cameron (foto), é uma das personalidades citadas no Panama Papers. Segundo a BBC e The Guardian, Ian, que morreu em 2010, usou os serviços de uma offshore para blindar sua empresa Blairmore Holdings Inc da Receita Federal britânica.
Foto: Getty Images
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O argentino Lionel Messi teve o nome citado entre as celebridades com firmas secretas em paraísos fiscais. A família do jogador nega que tenha usado de tal prática.
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Mencionado como um dos beneficiários de um esquema de sonegação que envolvia empresas fantasmas no Panamá, o ex-presidente da Uefa Michel Platini se defendeu através de seus advogados e disse estar em dia com fisco suíço
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Petro Poroshenko, presidente da Ucrânia, é um dos citados no caso Panama Papers
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A estrela do cinema e das artes marciais Jackie Chan também teria usado empresas em paraísos fiscais para ocultar bens
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O presidente da Argentina Maurício Macri também teria usado os serviços de uma offshore
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Nawaz Sharif, primeiro-ministro do Paquistão
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Eduardo cunha, presidente da Câmara dos Deputados
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O senador Edison Lobão (PMDB-MA)
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O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto
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O estilista Valentino Garavani teria aberto duas empresas offshore, ao lado de seu sócio, Giancarlo Giammetti, nas Ilhas Virgens Britânicas
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Dados de empresa panamenha expõem políticos e personalidades