O presidente da Uefa, Michel Platini, citado no "Panama Papers", garantiu nesta segunda-feira que está em dia com o fisco suíço, país no qual tem fixada sua residência fiscal desde 2007.
Segundo o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), Platini se apoiou no escritório panamenho Mossack Fonseca para administrar uma "offshore" criada no Panamá em dezembro de 2007.
Os advogados do ex-jogador indicaram, em comunicado, que "a totalidade das contas e dos bens" de Platini "são conhecidos pela administração fiscal suíça, país no qual é residente fiscal desde 2007".
O nome de Platini, suspenso de seu posto na presidência da Uefa pelas instâncias esportivas por outro caso de suposta corrupção, é o mais citado na França, onde a filtragem foi publicada pelo jornal "Le Monde".
O "Le Monde" indica que Platini é o administrador único da Balney Enterprises Corp., uma "offshore" criada no Panamá em 2007, 11 meses após sua indicação à frente da Uefa.
Real Sociedad
A Real Sociedad abriu empresas em paraísos fiscais para canalizar o pagamento a jogadores estrangeiros que defenderam a equipe de 2000 e 2008, entre eles jogadores como Darko Kovacevic e Nihat Kahveci, segundo os documentos internos vazados da empresa Mossack Fonseca.
Tais arquivos, aos quais o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, em inglês) teve acesso, revelam que pelo menos sete jogadores atletas que atuaram pela equipe basca nesse período eram pagos através desse sistema: Kovacevic, Nihat, Sander Westerveld, Tayfun Korkut, Valeri Karpin, Gabriel Schürrer e Mattias Asper.
A prática foi realizada durante os mandatos dos presidentes José Luis Astiazarán, Miguel Fuentes, María de la Peña, Javier Larzabal e Iñaki Badiola. De acordo com os documentos, as empresas foram abertas em nome dos jogadores, mas eram administradas e controladas pelo clube, que, no entanto, não era exposto nessas companhias.
No entanto, o atual gerente do clube e responsável por esse setor há 30 anos, Iñaki Otegi, era o encarregado de entrar em contato com o escritório de Mossack Fonseca para tramitar a abertura de uma sociedade offshore em nome do jogador. A firma era fechada quando o atleta deixava a Real Sociedad.
Ao todo, cinco dessas companhias foram registradas nas Ilhas Virgens Britânicas, enquanto as duas restantes, de Korkut e Asper, em Niue. As empresas abriam uma conta em seu nome no BBVA Privanza, da Suíça e nas Ilhas Jersey, exceto no caso de Westerveld, que recebia através do F. van Lanschot Bankiers, também na Suíça.
Os jogadores cediam a essas empresas radicadas em paraísos fiscais uma parte de seus direitos federativos e recebiam o dinheiro correspondente nas contas abertas na Suíça e nas Ilhas Jersey.
Por enquanto, a Real Sociedad não se pronunciou sobre o assunto, enquanto a Fazenda da província de Gipuzkoa, no País Basco, deverá emitir um comunicado ainda hoje.