Durante a Assembleia da União Internacional das Superioras Gerais, que reuniu esta semana freiras do mundo inteiro, o papa Francisco informou que os estudos sobre a instituição de mulheres como diaconisas na Igreja Católica não avançou.
"Não há certeza de que a sua (ordenação) fosse com a mesma forma e com o mesmo propósito que a ordenação masculina. Alguns dizem: há dúvidas. Vamos continuar a estudar", disse a jornalistas. Em passagem pela Bulgária, o pontífice chegou a ter contato com comunidades ortodoxas que permitem a ordenação de diaconisas.
O papa recordou, no Vaticano, que instituiu uma comissão de análise das diaconisas, a pedido das próprias superioras das congregações. Segundo ele, porém, houve poucos resultados. "Não posso fazer um decreto sacramental sem um fundamento histórico e teológico. O resultado não é dos melhores, mas foi feito um passo avante."
Ele fez questão de ressaltar, no entanto, que o trabalho das mulheres, religiosas e leigas, é cada vez mais importante na Igreja Católica - e não apenas funcional. "A Igreja é feminina, é mulher. Não é uma imagem, é a realidade, é a esposa de Jesus, devemos ir avante com a teologia da mulher", disse.
No encontro, ele abriu mão do discurso e se dispôs a conversar com as freiras sobre diversos temas, incluindo abusos - que devem ser denunciados. E ele ressaltou a importância da mulher na Amazônia, sobretudo pela sensibilidade que tem com os povos indígenas.
Histórico
Segundo o papa, o trabalho dos especialistas não deixa dúvidas de que havia diaconisas no começo do cristianismo, mas a questão está em determinar se "era uma ordenação sacramental ou não". Os estudos mostraram que elas ajudavam na liturgia batismal de mulheres, que era por imersão, e eram chamadas para casos de disputa matrimonial. Só que isso se limitaria a uma área da Síria.