O papa Francisco alertou nesta segunda-feira (06) para o risco de uma "calamidade" nos presídios do mundo todo por conta da disseminação do novo coronavírus (Sars-CoV-2) e cobrou ações das instituições de governo para evitar o problema.
"Acredito que esse seja um problema sério em várias partes do mundo. Eu queria que hoje rezássemos pelo problema da superlotação dos presídios. Onde há a superlotação, tanta gente, há o perigo de que essa pandemia acabe em uma calamidade grave.
Rezemos pelos responsáveis, aqueles que devem tomar as decisões, para que encontrem uma estrada justa e criativa para resolver o problema", disse o líder católico ao abrir a missa na Casa de Santa Marta.
O tema é bastante caro ao religioso que, sempre que a agenda permite, visita estruturas carcerárias ao redor do mundo.
Já durante a homilia, Francisco falou sobre os mais pobres e a relação da sociedade come eles — também em todo o mundo. "Há o hábito de ver os pobres como enfeites das cidades, como estátuas, como uma coisa normal. Tanta gente é vítima da injustiça estrutural da economia mundial. Mas, eu os vejo? Eu os ajudo? Nós os encontraremos no Juízo Final e Jesus nos perguntará: como estão os pobres? Sobre isso seremos julgados, na relação com os pobres, não pelo luxo, pelas viagens, pela nossa importância social", afirmou o Pontífice durante a celebração que foi transmitida de maneira online.
Jorge Bergoglio ainda criticou instituições filantrópicas onde muita gente trabalha apenas pelo salário, com uma folha de pagamentos que chega a passar dos 40%. "Esse também é um modo de tirar o dinheiro dos pobres", concluiu.
Após a missa, o Vaticano divulgou que o Papa instituiu um fundo de emergência para ajudar as áreas de missão mais atingidas pela pandemia. A doação inicial para essa ação foi de 750 mil euros.