O papa Francisco cobrou neste domingo (6) a criação de corredores humanitários na Ucrânia para permitir a evacuação de civis e a entrada de ajuda.
Em seu Angelus dominical, o líder da Igreja Católica citou "rios de sangue e lágrimas" no território ucraniano e contestou a narrativa russa de que a invasão é apenas uma operação especial - mas sem citar o país diretamente.
"Não se trata apenas de uma operação militar, mas de uma guerra que semeia morte, destruição e miséria. Dirijo meu apelo desesperado para que se assegure verdadeiramente os corredores humanitários e para que seja garantido e facilitado o acesso de ajudas às zonas assediadas para oferecer socorro vital a nossos irmãos e irmãs oprimidos pelas bombas e pelo medo", afirmou o pontífice.
Francisco também implorou pelo "fim dos ataques armados" e pediu que "se volte a respeitar o direito internacional". "As vítimas são cada vez mais numerosas, assim como as pessoas em fuga, especialmente mães e crianças. Naquele país martirizado, cresce dramaticamente de hora em hora a necessidade de assistência humanitária", acrescentou.
Jorge Bergoglio ainda disse que a Santa Sé está "disposta a fazer de tudo para se colocar a serviço da paz" e agradeceu à imprensa por seu trabalho no conflito. "É um serviço que nos permite estar próximos ao drama daquela população e nos permite avaliar a crueldade da guerra", ressaltou.
Moscou e Kiev chegaram a anunciar a criação de corredores humanitários em Mariupol e Volnovakha, no sudeste da Ucrânia, no último sábado (5), mas a tentativa de evacuação fracassou em meio a acusações mútuas de boicote.
Segundo o governo ucraniano, a Rússia não interrompeu os ataques ao longo dos corredores humanitários, enquanto o Kremlin diz que "nacionalistas" impediram a retirada de civis. Uma nova tentativa de evacuação em Mariupol foi iniciada neste domingo.