O papa Francisco nomeou novos cardeais neste domingo para o grupo que vai escolher o seu sucessor, com indicações que reforçaram a Igreja Católica na Ásia, África e América Latina e retiraram ainda mais poder das mãos dos países desenvolvidos.
Foi a segunda vez que Francisco, 78 anos, usou as nomeações de cardeais para deixar a sua marca na Igreja com 1,2 bilhão de membros. As nomeações aumentam as chances de o próximo pontífice, como Francisco, não ser europeu.
Apenas um dos novos eleitores é da Cúria, a administração central do Vaticano, e Francisco prometeu inspecioná-lo. No mês passado, o papa disse que a Cúria estava infectada com carreirismo, esquemas, ambição e "Alzheimer espiritual".
Os nomeados de Francisco agora formam um quarto dos 125 "cardeais eleitores" abaixo dos 80 anos - facilmente o bastante para influenciar a eleição do novo papa quando Francisco morrer ou renunciar.
Francisco leu o nome dos 20 novos cardeais, 15 deles eleitores, para dezenas de milhares de pessoas na praça de São Pedro no seu discurso dominical.
Os novos eleitores são da Itália, França, Portugal, Etiópia, Nova Zelândia, Vietnã, México, Myanmar, Tailândia, Uruguai, Espanha, Panamá, Cabo Verde e Tonga. Nove deles são de países em desenvolvimento. Foi a primeira vez que cardeais de Myanmar, Tonga e Cabo Verde foram nomeados, segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.
Francisco "não se sente preso à tradição" de que algumas cidades importantes da Itália, de outros locais da Europa e dos Estados Unidos, deveriam automaticamente ter cardeais para liderá-las, disse Lombardi.
Nenhum novo cardeal da América do Norte foi nomeado porque o número deles já é "considerável", disse Lombardi. Há 15 cardeais eleitores nos Estados Unidos e no Canadá.