Papa faz apelo para homens condenarem violência contra mulher

8 fev 2022 - 17h04
(atualizado em 9/2/2022 às 12h09)

O papa Francisco fez nesta terça-feira (8) um apelo para os homens manterem viva a indignação diante das milhares de mulheres e meninas "sujeitas a múltiplas formas de violência".

Papa faz apelo para homens condenarem violência contra mulher
Papa faz apelo para homens condenarem violência contra mulher
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

O pedido foi feito em uma mensagem de vídeo divulgada por ocasião do "Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas", celebrado neste ano sob o tema "A força do cuidado. Mulheres, economia e tráfico de seres humanos".

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"O tema nos convida a considerar a condição de mulheres e meninas submetidas a várias formas de exploração, inclusive por meio de casamentos forçados, escravidão doméstica e no trabalho. Milhares de mulheres e meninas que são traficadas todos os anos denunciam as consequências dramáticas dos modelos relacionais baseados na discriminação e submissão", ressaltou Jorge Bergoglio na gravação.

De acordo com o argentino, "a organização das sociedades em todo o mundo ainda está longe de refletir claramente o fato de que as mulheres têm a mesma dignidade e direitos dos homens".

"Infelizmente, nota-se que duplamente pobres são as mulheres que padecem situações de exclusão, maus-tratos e violência, porque frequentemente têm menores possibilidades de defender os seus direitos", lembrou.

O líder da Igreja Católica explicou que, "através da exploração doméstica e sexual, o tráfico de pessoas coloca mulheres e meninas na condição subordinada de prestar serviços domésticos e sexuais, provedoras de cuidados e doadoras de prazer, que repropõe um padrão de relações marcadas pelo poder do gênero masculino sobre o feminino".

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O Papa enfatizou que "o tráfico de pessoas é violência", e a "violência sofrida por toda mulher e menina é uma ferida aberta no corpo de Cristo, no corpo de toda a humanidade, é uma ferida profunda que diz respeito também a cada um de nós".

Na mensagem, ele recordou também que "há muitas mulheres que têm a coragem de se rebelar contra a violência" e todos os homens deveriam fazer igual. "Nós homens também somos chamados a fazê-lo, a dizer não a toda violência, inclusive contra mulheres e meninas", disse o Pontífice.

Segundo o argentino, todos "juntos podemos e devemos lutar para que os direitos humanos se expressem de forma específica, no respeito à diversidade e no reconhecimento da dignidade de cada pessoa, tendo no coração de forma particular aqueles que são prejudicados em seus direitos fundamentais".

Além disso, o Santo Padre disse que reconhecer a dignidade de cada pessoa é o primeiro ato de cuidado. "Reconhecer a dignidade. E cuidar faz bem a todos, a quem dá e a quem recebe, porque não é uma ação unidirecional, mas gera reciprocidade".

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Por fim, ele encorajou todos que se comprometem com a transformação e o cuidado, na escola, na família e na sociedade.

"Encorajo cada homem e cada menino a não ficar de fora desse processo de transformação, lembrando o exemplo do Bom Samaritano: um homem que não teve vergonha de se inclinar sobre seu irmão e cuidar dele".

Francisco incentivou ainda os fiéis a avançarem na luta contra o tráfico de pessoas e toda forma de escravidão e exploração. "Convido todos a manterem viva a indignação - manter viva a indignação - e todos os dias encontrar forças para se comprometer com determinação nesta frente. Não tenham medo diante da arrogância da violência. Não se rendam à corrupção do dinheiro e do poder", concluiu.

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