O papa Francisco fez um apelo pela libertação dos presos políticos e pelo fim da violência na Venezuela, em crise desde as eleições presidenciais ocorridas no final de julho de 2024, cuja vitória foi atribuída pela Justiça a Nicolás Maduro, em um resultado contestado pela oposição.
Em encontro com membros do corpo diplomático credenciado junto da Santa Sé, o Pontífice reforçou que "é doloroso constatar que subsistem, sobretudo no continente americano, vários contextos de aceso confronto político e social", especialmente na Venezuela.
Nos últimos meses, milhares de venezuelanos saíram às ruas, desafiando um clima de tensão crescente, para expressar a sua rejeição ao regime de Maduro, que reivindicou a vitória nas eleições presidenciais contra o opositor Edmundo González Urrutia, sem apresentar as atas do pleito.
"Penso na Venezuela e na grave crise política que está enfrentando. Esta crise só pode ser superada através da adesão sincera aos valores da verdade, da justiça e da liberdade, através do respeito pela vida, a dignidade e os direitos de todas as pessoas - incluindo as que foram detidas na sequência dos acontecimentos dos últimos meses", afirmou.
Em seu amplo discurso, lido por um colaborador da secretaria de Estado do Vaticano, Jorge Bergoglio apelou à "rejeição de todo o tipo de violência" e ao "início de negociações baseadas na boa-fé e com o objetivo do bem comum" na Venezuela.
Além disso, o líder da Igreja Católica lembrou de outros países que vivem em contexto de conflito, como o Haiti, Bolívia, Colômbia e Nicarágua.
"Penso no Haiti, onde estou confiante de que as medidas necessárias para restaurar a ordem democrática e pôr fim à violência poderão ser tomadas o mais rapidamente possível", afirmou.
Já sobre a Bolívia, Francisco alertou que o país "atravessa uma situação política, social e econômica preocupante", assim como a Colômbia, onde confia que, com a ajuda de todos, "se possa ultrapassar a multiplicidade de conflitos que há tanto tempo tem dilacerado o país".
Por fim, o Santo Padre pensou na "Nicarágua, onde a Santa Sé, que está sempre disponível para um diálogo respeitoso e construtivo, segue com preocupação as medidas tomadas contra pessoas e instituições da Igreja e espera que a liberdade religiosa e outros direitos fundamentais sejam devidamente garantidos a todos". .