O papa Francisco disse que está "impressionado" com o trabalho dos bispos chilenos ante a crise provocada pelo escândalo de abusos sexuais de membros do clero contra menores, segundo uma carta revelada nesta segunda-feira pelo episcopado.
Na sexta-feira os bispos da Igreja Católica do Chile pediram perdão pelos abusos sexuais e se comprometeram a informar sobre todos os casos, além de aumentar a coordenação com a procuradoria nas investigações.
Após um conclave em uma localidade litorânea próxima de Santiago, a cúpula da igreja reconheceu que "falhou" em seu dever de atender e acompanhar as vítimas devido ao "graves pecados e injustiças cometidas por sacerdotes e religiosos".
"Recebi e li com atenção o Documento 'Declaração, Decisões e Compromissos do Bispos da Conferência Episcopal do Chile' do dia 3 (de agosto), e fiquei impressionado com o trabalho de reflexão, discernimento e decisões que tomaram", disse o papa na carta escrita a mão.
As denúncias contra diversos membros da Igreja Católica chilena levaram o papa Francisco a abrir uma investigação neste ano que provocou a saída de bispos e outros sacerdotes acusados de praticar ou encobrir abusos contra menores.
"As decisões são realistas e concretas. Estou certo de que ajudarão decididamente em todo este processo", acrescentou Francisco na carta.
De acordo com dados da procuradoria chilena, há 38 casos vigentes de delitos cometidos por clérigos e laicos contra menores, adolescentes e adultos. No total, são 73 pessoas investigadas e 104 vítimas, a maioria delas menores de idade no momento dos abusos.