Papa realiza serviço solitário pedindo solidariedade diante do coronavírus

27 mar 2020 - 17h54

O papa Francisco disse que o coronavírus colocou todos "no mesmo barco" ao realizar um serviço solitário e dramático na Praça São Pedro nesta sexta-feira, exortando o mundo a ver a crise como um teste de solidariedade e um lembrete dos valores básicos.

Papa chega à Praça São Pedro para cerimônia de bênção "Urbi et Orbi"  em resposta ao coronavírus no Vaticano 27/3/2020 REUTERS/Yara Nardi/Pool
Papa chega à Praça São Pedro para cerimônia de bênção "Urbi et Orbi" em resposta ao coronavírus no Vaticano 27/3/2020 REUTERS/Yara Nardi/Pool
Foto: Reuters

"Uma escuridão densa envolveu nossas praças, nossas ruas e nossas cidades", disse ele nos degraus da Basílica de São Pedro diante de uma praça estranhamente vazia, com chuva e antes de dar uma bênção "Urbi et Orbi" (à cidade e ao mundo) extraordinária - trata-se de algo que ele normalmente só faz duas vezes por ano.

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"Ela dominou nossas vidas, preenchendo tudo com um silêncio ensurdecedor e uma voz perturbadora que detém tudo ao passar; nós a sentimos no ar... nos achamos temerosos e perdidos", disse.

O Vaticano classificou o serviço como "Uma Oração Extraordinária Nos Tempos da Pandemia", um eco sóbrio de um anúncio de autoridades italianas feito minutos antes para comunicar que o número de mortes decorrentes do coronavírus no país ultrapassou 9 mil.

Nos Estados Unidos, o total de infecções passa de 85 mil, o que coloca o país na liderança dos casos confirmados.

Francisco caminhou sozinho sob a chuva até uma cobertura branca nos degraus da basílica e falou sentado sozinho diante de uma praça que normalmente atrai dezenas de milhares de pessoas, mas que agora está fechada por causa da pandemia.

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"Percebemos que estamos no mesmo barco, todos nós frágeis e desorientados, mas ao mesmo tempo importantes e necessários, todos nós conclamados a remar juntos, cada um de nós precisando confortar o outro."

O papa disse que o vírus expôs a vulnerabilidade das pessoas "àquelas certezas falsas e supérfluas em torno das quais construímos nossas rotinas diárias".

Ele elogiou médicos, enfermeiras, funcionários de supermercados, faxineiros, cuidadores, funcionários dos transportes, policiais e voluntários, dizendo que eles, e não os ricos e famosos do mundo, estão "escrevendo os eventos decisivos de nosso tempo".

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