Os familiares dos israelenses desaparecidos e reféns do Hamas se queixam da falta de informações por parte de Israel. Uma semana após o ataque, eles afirmam que ainda não sabem o local para onde os parentes foram levados e que não há um canal oficial de comunicação para negociações.
Diante da pressão, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se reunirá neste domingo, 15, com os representantes das famílias dos reféns e desaparecidos em uma base das Forças de Defesa no centro de Israel.
Além da incerteza sobre onde eles possam estar, também há a insegurança se sequer estão vivos. As famílias estão desesperadas e imploram por ajuda de “qualquer pessoa, organização ou país” para encontrar seus parentes e pedem para que sejam trazidos de volta com vida.
“Eles são civis inocentes. Eles têm direitos. Deve-se exercer pressão sobre a Turquia e o Egito, para que a Cruz Vermelha possa visitá-los. Temos de trazê-los vivos para casa. Eles foram sequestrados vivos”, disse Yfrat Zailer, durante uma coletiva de imprensa neste sábado, 14. Segundo o jornal O Globo, ela é tia de Kfir, de apenas 9 meses, e Ariel, de 4 anos, crianças sequestradas em 7 de outubro com a mãe Shiri.
De acordo com o exército israelense, uma semana após o ataque do grupo islâmico, cerca de 126 pessoas, entre civis, militares e estrangeiros, foram levadas. O número inicialmente era de 150, porém, à medida que os corpos foram encontrados, foi reduzido.
Israel promete uma incursão em Gaza. Contudo, as famílias sabem que as chances dos reféns serem trazidos vivos após a ofensiva é mínima.
“Isso significa, pura e simplesmente, que o governo israelense escolheu como estratégia abandonar os reféns e os desaparecidos”, afirmou Ronen Tzur, um comunicador que foi escolhido como porta-voz das famílias.
Até agora, Israel não mencionou nenhum canal de negociação e limitou-se a nomear uma “referência” para as famílias, Gal Hirsch, um general reformado envolvido em um caso de corrupção, cuja nomeação foi criticada por vários especialistas.
“Não negociamos com um inimigo que prometemos erradicar da superfície da terra”, declarou neste sábado o conselheiro de segurança nacional do governo israelense, Tzachi Hanegbi.
Força-tarefa
Os parentes e amigos dos sequestrados se reuniram neste sábado, no Fórum de Famílias de Reféns e Pessoas Desaparecidas, uma organização criada para pressionar o governo de Israel e a comunidade internacional.
O grupo tem se voluntariado a “ajudar no que for preciso”. “No sábado passado, quando entendi o que acontecia (com os reféns), pensei que, pela primeira vez, não lutaria nesta guerra uniformizado, mas sim abrindo minha agenda de contatos”, explica este homem de 50 anos, cujo nome não foi revelado, também oficial da reserva. O fórum está em contato com organizações internacionais como o Comitê Internacional da Cruz Vermelha”.
“Formamos essa equipe com cerca de 20 ex-diplomatas, mas atrás de nós existem círculos que reúnem todos os países do planeta. Estamos aqui para contribuir com a nossa experiência, as nossas ideias, os nossos contatos ao serviço desse magnífico projeto da sociedade civil para apoiar as famílias”, disse o ex-diplomata israelense e embaixador na França, Daniel Shek.