Parlamentares criam impasse sobre impeachment de Trump antes de festas de fim de ano

20 dez 2019 - 12h42

Os parlamentares que controlam o destino do presidente norte-americano, Donald Trump, deixaram Washington para as festas de fim de ano nesta sexta-feira sem se entenderem sobre como lidarão com o julgamento no Senado no qual as acusações de impeachment serão tratadas em janeiro.

19/12/2019
REUTERS/Joshua Roberts
19/12/2019 REUTERS/Joshua Roberts
Foto: Reuters

Trump corre pouco risco de ser condenado e afastado do cargo pelo Senado controlado pelos republicanos, que deve analisar as duas acusações de impeachment que a Câmara dos Deputados de maioria democrata aprovou em uma votação histórica na quarta-feira.

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Republicanos e democratas estão em desacordo sobre como o julgamento transcorrerá no Senado. Os democratas querem convocar assessores graduados de Trump como testemunhas, e a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, ainda não enviou o processo de impeachment ao Senado na tentativa de aumentar a pressão.

Muitos parlamentares republicanos prefeririam um julgamento rápido para superar a questão, e o líder republicano no Senado, Mitch McConnell, desdenhou a ideia de convocar testemunhas.

Ele diz que os democratas estão adiando por terem perdido confiança no caso.

"Os procuradores parecem ter perdido a coragem", disse ele na quinta-feira.

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Seja qual for o desfecho, os democratas fizeram Trump entrar para a história como um dos três presidentes a sofrerem impeachment na Câmara, seguindo os passos de Andrew Johnson em 1868 e Bill Clinton em 1998. Richard Nixon renunciou em 1974 ao se ver ameaçado por um impeachment.

Trump refutou seu impeachment, rotulando-o como um esforço partidário para reverter sua vitória surpreendente na eleição de 2016, e diz não ter feito nada errado.

"Não sinto que estou sendo impedido, porque é uma farsa", disse ele aos repórteres na Casa Branca na quinta-feira.

Trump, de 73 anos, é acusado de abusar de seu poder retendo 391 milhões de dólares em auxílio de segurança à Ucrânia na tentativa de levar Kiev a anunciar uma investigação de corrupção sobre o ex-vice-presidente Joe Biden, um dos principais pré-candidatos democratas na corrida eleitoral para 2020.

Trump também é acusado de obstrução do Congresso por instruir funcionários e agências do governo a não cooperarem com o inquérito de impeachment.

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