O partido de extrema-direita Reunião Nacional (RN) sofreu uma derrota surpreendente em uma eleição suplementar no domingo, o que, segundo seus críticos, é um sinal de que os eleitores o estão punindo por sua tentativa, na semana passada, de derrubar o governo do primeiro-ministro da França, Michel Barnier.
A votação apertada nas Ardenas deixou o RN, de Marine Le Pen, com 124 parlamentares - um revés, embora continue sendo o maior partido no Parlamento de 577 assentos. O RN não respondeu a um pedido de comentário ou mencionou a derrota em suas redes sociais.
O presidente Emmanuel Macron continuava realizando reuniões com os líderes de esquerda na segunda-feira, enquanto procura nomear um novo primeiro-ministro.
A líder do Partido Verde, Marine Tondelier, disse que o RN havia "se colocado fora do jogo" e que a influência do partido sobre a política nacional estava diminuindo como resultado de sua decisão de derrubar Barnier.
Na eleição suplementar, Lionel Vuibert - concorrendo como independente, mas com laços estreitos com a coalizão centrista de Macron - ganhou 50,9% em um segundo turno no primeiro distrito de votação, onde a extrema-direita tem tido forte apoio. Vuibert havia feito campanha contra a moção de desconfiança.
Jordan Duflot, do RN, que obteve a maior porcentagem no primeiro turno e pediu a derrubada do governo durante a campanha no segundo turno, obteve 49,1%.
O comparecimento às urnas foi baixo, em torno de 30%.
A "vitória de Vuibert é um forte sinal" contra "aqueles que querem censura, inação e caos", escreveu Xavier Bertrand, um político de centro-direita que foi cogitado pela imprensa como possível primeiro-ministro, no X.
O ex-premiê Gabriel Attal parabenizou Vuibert por sua "seriedade e proximidade" com os eleitores.
"A atenção à vida cotidiana dos franceses prevalece sobre o caos desejado por Marine Le Pen e os extremos", escreveu Attal no X.
A eleição suplementar foi convocada depois que o titular do RN renunciou por motivos de saúde não especificados.
Em um sinal da importância da votação, o presidente do RN, Jordan Bardella, viajou para o distrito para angariar apoio para Duflot, mas não foi suficiente.