Pela segunda vez, o Twitter bloqueou uma mensagem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Se na primeira o motivo apontado foi uma "informação enganosa", dessa vez foi uma violação de regras sobre "enaltecimento à violência".
Na noite desta quinta-feira (28), o presidente usou a rede social para falar sobre os protestos violentos que estavam ocorrendo em Minneapolis por conta da morte de George Floyd, vítima de policiais brancos em uma abordagem no dia 25 de maio.
"Eu não posso ficar quieto e apoiar o que está acontecendo na grande cidade norte-americana de Minneapolis. Uma total falta de liderança. Ou o muito fraco prefeito da esquerda radical, Jacob Frey, se une e traz a cidade de volta ao controle, ou eu mandarei a Guarda Nacional e farei o trabalho certo", escreveu em um primeiro post, que está no ar.
Na postagem seguinte, porém, Trump afirmou que conversou com o governador do estado de Minessota, Tim Walz, e que garantiu que enviaria ajuda militar para controlar os atos, fazendo uma ameaça aos manifestantes.
"...Esses BANDIDOS estão desonrando a memória de George Floyd, e eu não deixarei isso acontecer. Acabei de falar com o governador Tim Walz e disse para ele que os militares estarão com ele. Qualquer dificuldade e nós assumiremos o controle mas, quando os saques começarem, o tiroteio começará. Obrigado", escreveu.
A postagem foi então ocultada da página do presidente. "Este tweet violou as Regras do Twitter sobre enaltecimento à violência. No entanto, o Twitter determinou que pode ser do interesse público que esse tweet continue acessível", escreveu a plataforma, que permite o acesso à mensagem para quem clicar nela.
No dia 26 de maio, a rede social colocou um alerta para possível conteúdo enganoso em duas mensagens de Trump sobre a votação por cédulas enviadas por correio nas eleições presidenciais deste ano. O mandatário reagiu, falando que o Twitter estava ferindo a "liberdade de expressão".
Nesta quinta-feira, em resposta ao bloqueio, o republicano publicou uma ordem executiva que diminui a proteção da lei norte-americana às redes sociais, considerando-as passíveis de responsabilização sobre o conteúdo publicado. Com isso, tanto Twitter, como Facebook e Google, podem ser processados por postagens nelas feitas.
Mesmo com todas as ameaças, o CEO da rede social, Jack Dorsey, informou que o Twitter continuará a "chamar a atenção sobre informação incorreta ou duvidosa sobre eleições no mundo".
"A nossa intenção não é ser árbitro da verdade. É ligar os pontos sobre afirmações contraditórias, mostrar a informação e deixar que as pessoas decidam por si", afirmou Dorsey.