O vice-presidente norte-americano, Mike Pence, disse nesta segunda-feira que os Estados Unidos mobilizarão todo o seu poder econômico e diplomático para ver a democracia restaurada na Venezuela, alegando que a falência do Estado venezuelano ameaça os norte-americanos.
"O presidente Trump deixou bem claro que nós não ficaremos parados enquanto a Venezuela desmorona em uma ditadura", disse Pence a repórteres em Cartagena, na Colômbia. "Um Estado falido na Venezuela ameaça a segurança e a prosperidade do nosso hemisfério inteiro e do povo dos Estados Unidos da América."
Pence tem adotado um tom mais conciliador do que Trump durante uma viagem pela América Latina em que passará por Colômbia, Argentina, Chile e Panamá, dizendo que é possível alcançar uma solução pacífica para a crise política na Venezuela.
Trump ameaçou na semana passada adotar uma ação militar, o que provocou condenação de países da região, incluindo de alguns dos mais duros críticos ao governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Após se encontrar com famílias venezuelanas que estão morando na Colômbia, Pence disse que os EUA estão "determinados a usar todo o seu poder econômico e diplomático para ver a democracia restaurada na Venezuela".
Ele não respondeu diretamente quando perguntado por repórteres se defendia uma mudança de regime na Venezuela, onde Maduro recentemente ampliou seus poderes por meio de uma amplamente criticada Assembleia Constituinte controlada por aliados.
"O regime está experimentando uma mudança neste momento, e o que nós estamos testemunhando é a Venezuela desmoronando para uma ditadura", disse.
Segundo Pence, a crise na Venezuela pode ter como reflexos um aumento no tráfico de drogas para os Estados Unidos e uma alta na imigração ilegal para o país, "comprometendo nossas fronteiras, comprometendo nossa economia e, em alguns casos, comprometendo a segurança de nossas famílias e comunidades".
De acordo com autoridades norte-americanas de combate ao tráfico de drogas, a Venezuela é um ponto-chave no trânsito de cocaína para os Estados Unidos.
A instabilidade na Venezuela resultou nas mortes de mais de 120 pessoas desde abril, à medida que o país enfrenta uma grave crise política e econômica marcada pela inflação de três dígitos e uma escassez de alimentos e medicamentos.