Pesquisadores descobriram um antigo vulcão submerso na costa da ilha de Ischia, no sul da Itália, perto da zona conhecida como Campi Flegrei.
A descoberta, publicada na revista Geomorphology, se deve a um grupo de cientistas italianos do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) e do Instituto de Ciências Marinhas do Conselho Nacional de Pesquisas (CNR-Ismar), que encontraram essas estruturas geológicas graças a anomalias magnéticas detectadas durante sondagens aéreas e navais.
"Um dos principais resultados do nosso estudo é a identificação, com base na análise morfológica do fundo marinho e das anomalias genéticas, de uma caldeira de grandes dimensões jamais descrita antes", disse Riccardo De Ritis, pesquisador do INGV e primeiro autor do artigo.
A caldeira é a concavidade que se forma após o colapso da câmara magmática de um vulcão na sequência de uma erupção massiva. "Esta descoberta pode ser importante para a compreensão da história evolutiva e da atividade vulcânica dos Campi Flegrei e da ilha de Ischia", acrescentou De Ritis.
Os dados também evidenciaram um vasto deslizamento subaquático de dezenas de quilômetros, que pode ter sido resultado de eventos ligados à instabilidade das encostas vulcânicas, revelando pela primeira vez a geologia subaquática desta zona do Mar Tirreno.
"O estudo abre reflexões importantes para a mitigação do risco vulcânico em uma das áreas mais densamente povoadas da Itália", declarou Salvatore Passaro, pesquisador do CNR-Ismar e coautor do estudo.
A região de Campi Flegrei (termo em grego antigo que significa "campos ardentes") abriga um supervulcão subterrâneo em Nápoles, sul da Itália, e tem passado por uma fase de "bradismo", fenômeno que eleva o nível do solo a partir do gás e magma acumulados nas profundezas.
Ao contrário do Vesúvio, que domina o panorama napolitano, os Campi Flegrei não têm um vulcão principal, mas sim diversas crateras espalhadas por uma caldeira. No fim de junho de 2024, o governo italiano aprovou um decreto que destina 440 milhões de euros (R$ 2,8 bilhões) para a prevenção do risco sísmico na região. .