Após longas negociações, a polícia prendeu na manhã desta quarta-feira (15) o presidente afastado da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, que é alvo de um processo de impeachment devido a um decreto de lei marcial que durou apenas seis horas no início de dezembro.
Segundo a CIO, agência anticorrupção de Seul, o mandado de captura foi executado às 10h33 (horário local), na residência de Yoon, que se tornou o primeiro presidente na história do país a acabar atrás das grades durante o mandato - ainda que suspenso.
Essa foi a segunda tentativa de prender o ex-procurador, que conseguiu escapar da primeira, em 3 de janeiro, devido à presença de uma multidão de apoiadores em frente à residência do mandatário.
Yoon foi levado ao escritório da CIO em Gwacheon, ao sul de Seul, para um interrogatório sobre as circunstâncias do decreto de lei marcial, mas se recusou a responder às perguntas dos investigadores anticorrupção.
Em um vídeo para seus apoiadores, o presidente afastado disse que aceitou ser detido para "impedir um derramamento de sangue, apesar de se tratar de uma investigação ilegal".
Ele é acusado de insurreição na tentativa fracassada de impor lei marcial, medida que previa a suspensão do regime democrático, incluindo o fechamento do Parlamento e a proibição de atividades partidárias, com a desculpa de combater uma suposta ameaça de "espiões" da Coreia do Norte.
A Assembleia Nacional, no entanto, aprovou por unanimidade a revogação da lei marcial e, diante da resistência política e popular, Yoon teve de recuar. A abertura do processo de impeachment foi aprovada em 14 de dezembro, quando Yoon foi afastado do cargo enquanto aguarda o julgamento na Corte Constitucional.
Seu substituto, Han Duck-soo, também se tornou alvo de um processo de impeachment, e agora a presidência é exercida pelo ministro das Finanças, Choi Sang-mok. .