Pompeo assegura a Netanyahu que EUA garantirão vantagem militar de Israel

24 ago 2020 - 12h39

Os Estados Unidos garantirão que Israel mantenha uma vantagem militar no Oriente Médio em qualquer eventual acordo de armas entre os EUA e os Emirados Árabes Unidos, disse o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, nesta segunda-feira.

Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e premiê de Israel, Benjamin Netanyahu 
24/08/2020
Debbie Hill/Pool via REUTERS
Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e premiê de Israel, Benjamin Netanyahu 24/08/2020 Debbie Hill/Pool via REUTERS
Foto: Reuters

"Os Estados Unidos têm uma obrigação legal com respeito à vantagem militar qualitativa. Continuaremos a honrar isso", disse Pompeo a repórteres após uma reunião com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

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Netanyahu disse que recebeu tais garantias de Pompeo, que iniciou em Jerusalém uma visita ao Oriente Médio que destacará o apoio dos EUA aos esforços pela paz entre israelenses e palestinos e à formação de uma frente contra o Irã, e ainda incluirá Sudão, Emirados Árabes Unidos e Barein.

Um acordo de normalização entre Israel e os Emirados, mediado por Washington, foi anunciado em 13 de agosto, mas surgiu alguma desavença em Israel quanto à perspectiva de a potência do Golfo Pérsico obter armamentos norte-americanos avançados agora, como o avião de guerra F-35.

Falando à CNN no sábado, o assessor sênior da Casa Branca Jared Kushner disse que os Emirados vêm tentando conseguir o F-35 há muito tempo.

"O novo acordo de paz deveria aumentar a probabilidade de eles o conseguirem. Mas é algo que estamos analisando", disse.

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Pompeo disse que Washington presta apoio militar aos Emirados há mais de 20 anos, medidas que descreveu como necessárias para conter ameaças compartilhadas pelo Irã - também arqui-inimigo de Israel.

"Estamos profundamente comprometidos a fazer isso, a conseguir isso, e o faremos de uma maneira que preserve nosso comprometimento com Israel, e estou certo de que este objetivo será alcançado", disse Pompeo.

Ressentido com a rejeição do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) a um esboço de resolução dos EUA para prorrogar um embargo de armas ao Irã, o governo Trump está buscando a reativação de sanções da ONU que foram amenizadas como parte de um acordo nuclear de 2015 com Teerã.

"Estamos determinados a usar todas as ferramentas que temos para que eles (Irã) não tenham acesso a sistemas de armas de alta avançados", disse Pompeo. "Achamos que isso é do interesse do mundo inteiro".

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Os palestinos alertaram o governo Trump para que não tente deixá-los de escanteio em meio à sua iniciativa diplomática no Oriente Médio.

"Recrutar árabes para reconhecer Israel e abrir embaixadas não tornam Israel um vencedor", disse o negociador palestino, Saeb Erekat, em uma entrevista à Reuters. "Vocês estão colocando toda a região em uma situação de perdas para todos porque estão concebendo a estrada para um conflito perene na região".

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