Em um clima de tensão em caos, moradores da província de Valência jogaram lama no rei da Espanha, Filipe VI, na rainha Letizia, no premiê socialista Pedro Sánchez e no governador conservador da Comunidade Valenciana, Carlos Mazón, em protesto por conta da devastação provocada pelas inundações da semana passada na região.
O incidente ocorreu neste domingo, 3, durante uma visita da comitiva a Paiporta, uma das cidades mais atingidas pela tragédia, enquanto muitas pessoas entoavam gritos de "assassinos", apesar do cordão de segurança montado pela polícia ao redor das autoridades.
Imagens veiculadas pelas TVs espanholas ainda mostraram o rei conversando com a população para tentar acalmar os ânimos, em meio a um ambiente de frustração generalizada devido à incerteza sobre o real número de mortos e à lentidão na limpeza das zonas afetadas Até o momento, o balanço oficial contabiliza 214 óbitos, sendo 210 na província de Valência, três na comunidade autônoma de Castilla-La Mancha e um na Andaluzia. No entanto, o número de desaparecidos ainda é incerto, e há o temor de que muitos corpos estejam presos em locais subterrâneos, como estacionamentos tomados pela lama.
"É previsível que possa haver pessoas falecidas nesses espaços", disse o ministro dos Transportes da Espanha, Óscar Puente.
O desastre foi causado por um fenômeno conhecido como Depressão Isolada em Níveis Altos (Dana, na sigla em espanhol), que acontece quando uma massa de ar gelado cai sobre outra de ar quente, produzindo chuvas intensas.
As inundações deixaram cidades inteiras debaixo d'água e provocaram cenas apocalípticas na província de Valência, onde carros se amontoaram uns em cima dos outros devido às enxurradas.
A região ainda está em alerta laranja para novas chuvas neste domingo.