O desenho do tradicional copo de Natal que a rede de cafeterias Starbucks apresentou para a festividade deste ano está causando muita reclamação de grupos cristãos dos Estados Unidos.
O problema é justamente a austeridade do conceito e a ausência de símbolos natalinos - desenhos de velas, flocos de neve e de enfeites de árvores natalinas, típicos das edições anteriores do copo.
Para este Natal, a Starbucks decidiu lançar copos que são apenas vermelhos - exceção feita ao logotipo verde da empresa -, em um tom mais claro perto da borda e que vai sutilmente escurecendo até o fundo do copo.
Alguns acreditam que o copo vermelho sem símbolos é "anticristão" e uma ofensa ao espírito de celebração da data.
Um ex-pastor americano até iniciou um movimento nas redes sociais para reiterar as raízes cristãs desta época e condenar o novo copo de Natal da Starbucks.
Minimalista
Desde 1997, a Starbucks lança copos comemorativos na época do Natal geralmente em vermelho e com desenhos que lembrem a comemoração da data no Hemisfério Norte, como os mencionados acima.
Estes copos são distribuídos para todas as lojas da rede.
Para 2015, a rede de cafeterias optou por um estilo "minimalista" para refletir a "a simplicidade e a paz" da época, segundo Jeffery Fields, o vice-presidente de design do Starbucks.
Mas a campanha reclamando do copo organizada pelo ex-pastor americano Joshua Feuerstein teve ressonância nas redes sociais.
Ele criou a hashtag #MerryChristmasStarbucks (Feliz Natal Starbucks, em tradução livre) e lançou um vídeo no qual mostra como tem "protestado" contra a Starbucks.
Ele vai a uma cafeteria da Starbucks, faz um pedido e quando o funcionário pergunta seu nome para anotá-lo no copo ele responde "Merry Christmas" (Feliz Natal), o que acaba sendo escrito no copo sem símbolos.
No vídeo, Feuerstein pede que outras pessoas façam o mesmo quando comprarem um café ou qualquer outra bebida na rede de cafeterias; seu movimento ganhou seguidores nas redes sociais e até apoio internacional.
"Esta é uma rejeição à realidade histórica e à grande herança cristã que sustenta o 'Sonho Americano' do qual a Starbucks se beneficiou tanto", afirmou Andrea Williams, da organização cristã da Grã-Bretanha Christian Concern, em uma entrevista à publicação conservadora Breitbart.
Outro fator que pesou para a decisão da Starbucks de exibir um copo mais minimalista em 2015 foram os clientes que veem o Natal como um evento não-religioso.
Nos Estados Unidos, principalmente, há um hábito de misturar outras tradições com o Natal, como o Hannukah judeu ou o Kwanza africano e outros rituais minoritários, tudo com um sincretismo secular que celebra valores como irmandade e renovação em meio aos meses escuros de inverno no Hemisfério Norte.
Há alguns anos os símbolos cristãos estão desaparecendo de vitrines de lojas e propagandas lançadas para esta época do ano.
E a Starbucks parece estar seguindo esta tendência com estes copos "neutros" que, segundo Jeffery Fields, são uma forma "mais aberta de receber as festas".
E nem todos os cristãos reprovam a decisão da rede internacional de cafeterias, como é o caso da reverenda Emily Heath, em um blog publicado no HuffPost, no qual afirmou que a ação da Starbucks promove a "inclusão, diversidade, tolerância e pluralismo".