Talvez você já tenha visto fotos de animais muito estranhos dentro de cabines de avião, embarcados ao lado de outros passageiros.
De um canguru a um peru ... e agora um pônei chamado Flirty. Ele pode ser pequeno em relação a um cavalo, mas é ainda bem grande para aqueles assentos estreitos.
Então, como e por que isso continua acontecendo?
Como muitos passageiros, o proprietário de Flirty foi autorizado a levar o animal a bordo nos EUA para "apoio à saúde mental" para ansiedade e depressão.
É mais provável que situações como essa aconteçam nos Estados Unidos, onde "animais de apoio emocional" são reconhecidos, do que em outras partes do mundo, como no Brasil ou no Reino Unido.
Os direitos dos donos desses animais em território americano são regulados por duas leis, apenas válidas com a apresentação de uma carta feita por um profissional de saúde.
Os animais de apoio são diferentes dos de serviço, como cães-guia, ou dos cães de assistência para pessoas com deficiência.
No ano passado, a companhia americana United Airlines disse que os pedidos para embarque de "animais de estimação de apoio" aumentaram 75%, chegando a 76 mil em um ano.
Mas um "pavão de apoio" chamado Dexter foi recusado em um voo, após a companhia aérea informar que ele infringia suas diretrizes por causa de peso e tamanho.
Depois disso, a United Airlines apresentou mais restrições em relação aos animais de apoio, proibindo sapos, ouriços, cabras e outros.
Então, neste ano, ela foi ainda mais longe, dizendo que apenas gatos, cães e pôneis treinados poderiam ser levados nas cabines.
Agora, a companhia diz que qualquer pessoa que os traga a bordo precisa de um atestado médico.
Os animais também devem ser pequenos, "limpos e bem-comportados", e não podem ter um assento próprio ou comer nas mesas dobráveis.
O que acontece em outros países?
No Brasil, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) não tem uma resolução específica sobre animais de apoio emocional.
Por isso, cada companhia tem suas próprias regras. Gol, Latam, Avianca e Azul permitem apenas o transporte de cães de apoio emocional. Mesmo assim, Gol e Azul incluem esses serviços só para alguns destinos, com ênfase nos Estados Unidos.
No Reino Unido, cães-guia ou de assistência para pessoas com deficiência são permitidos pelas companhias aéreas, mas animais de apoio emocional não são reconhecidos legalmente nem podem entrar nas cabines.
Um grupo que registra animais de estimação de apoio no Reino Unido, no entanto, diz notar uma pressão crescente para que a lei mude.
The Emotional Support Animal Registry (algo como Registro de Animais de Apoio Emocional) está tentando conseguir um reconhecimento legal desses bichos, para que as companhias do Reino Unido sejam obrigadas a deixá-los embarcarem ao lado de seus donos.
Eles estão em campanha para que a mudança inclua inicialmente cães e gatos. O grupo argumenta que políticos entendem o benefício dessas espécies mais facilmente do que os oferecidos por uma cobra, por exemplo, mas afirmam que há uma demanda para o reconhecimento de vários outros animais.
"Tivemos pedidos para furão, gerbil, carneiro, cavalo, papagaio, rato..."