Premiê da Itália desaconselha regiões a suspenderem restrições de forma unilateral

30 abr 2020 - 10h27

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, disse nesta quinta-feira que algumas regiões do país podem ser capazes de suspender as restrições do coronavírus mais rapidamente do que outras, mas desaconselhou as autoridades locais a agirem unilateralmente.

Premiê italiano, Giuseppe Conte, em Genoa
28/04/2020 Filippo Attili/Esritório de Imprensa do Palazzo Chigi/Divulgação via REUTERS
Premiê italiano, Giuseppe Conte, em Genoa 28/04/2020 Filippo Attili/Esritório de Imprensa do Palazzo Chigi/Divulgação via REUTERS
Foto: Reuters

A Itália já registrou 27.682 mortes pelo coronavírus, a taxa mais alta da Europa, e adotou algumas das medidas de isolamento mais rígidas do mundo, o que provavelmente lançará a frágil economia em uma recessão profunda.

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Mas regiões administradas por partidos de direita, que não são parte do governo nacional, repudiam planos de uma suspensão gradual e escalonada das restrições, o que Conte diz ser vital para evitar uma nova onda de infecções.

Sublinhando a discórdia crescente, a Calábria, o calcanhar da bota italiana, anunciou que seus bares e restaurantes podem reabrir de imediato contanto que tenham mesas do lado de fora - medida tomada um mês antes do cronograma proposto pelo governo.

Em um discurso ao Parlamento, Conte se disse disposto a trabalhar com as regiões no futuro para habilitá-las a afrouxar as medidas antes do tempo se elas tiverem taxas de infecção particularmente baixas.

"Não haverá um plano baseado em iniciativas súbitas de autoridades locais individuais, mas um baseado em conclusões científicas", avisou.

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Ações autônomas de regiões isoladas seriam consideradas ilegítimas, acrescentou, abrindo caminho para confrontos com líderes regionais determinados a desafiar o governo central.

Reconhecendo que a retirada lenta das restrições está causando aborrecimento, o premiê disse que tem que agir com cautela para evitar um ressurgimento potencialmente catastrófica das infecções.

"Eu o direi claramente, sob o risco de parecer impopular. O governo não pode garantir de imediato a volta à normalidade... ainda estamos nesta pandemia".

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