O primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, disse nesta segunda-feira que o Irã cruzou todas as "linhas vermelhas" em seu programa nuclear e prometeu que seu país não permitirá que Teerã obtenha uma arma nuclear.
Em seu primeiro discurso à Assembleia-Geral das Nações Unidas, Bennett disse que o Irã tenta dominar o Oriente Médio com um "guarda-chuva nuclear" e pediu um esforço internacional mais orquestrado para deter as atividades nucleares iranianas.
Mas ele também insinuou a possibilidade de Israel agir por conta própria contra o Irã, algo que seu país já ameaçou fazer várias vezes.
"O programa nuclear do Irã alcançou um divisor de águas, e também nossa tolerância", disse o premiê. "Palavras não impedem que centrífugas girem."
Bennett, político de extrema-direita que pôs fim aos 12 anos de Benjamin Netanyahu como primeiro-ministro de Israel em junho, quer que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, endureça sua postura em relação ao Irã, o principal inimigo regional de Israel. Ele se opõe aos esforços do novo governo norte-americano para ressuscitar o acordo nuclear iraniano de 2015 --que o antecessor de Biden, Donald Trump, abandonou em 2018.
As conversas indiretas entre EUA e Irã em Viena travaram, já que Washington aguarda o próximo gesto do novo presidente linha-dura iraniano, Ebrahim Raisi.
"O programa de armas nucleares do Irã está em um ponto crítico. Todas as linhas vermelhas foram cruzadas, inspeções ignoradas", disse Bennett. "Eles estão ficando impunes."