O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que o país passou do pico do surto de coronavírus e prometeu delinear uma estratégia para encerrar o isolamento na semana que vem, apesar do crescimento das mortes e das críticas à reação de seu governo.
Realizando sua primeira coletiva de imprensa desde que se recuperou da Covid-19, e um dia depois de sua noiva dar à luz, Johnson deu esperança aos britânicos confinados, mas os exortou a se aterem às restrições concebidas para desacelerar a disseminação do vírus.
"Posso confirmar hoje que, pela primeira vez, passamos do pico desta doença. Passamos do pico e estamos no declive, e temos muitas razões para ter esperança no longo prazo", disse Johnson.
Atualmente, o Reino Unido soma 26 mil mortes da Covid-19, o segundo maior número da Europa.
Isso criou pressão no governo no tocante à sua reação ao surto, que veio depois de alguns vizinhos europeus, e está incitando cautela na suspensão de restrições à circulação por temor de que isso leve a um segundo pico.
"Agora é vital não perdermos o controle e bater de cara em uma segunda montanha, uma ainda maior", disse o premiê.
Mas como o desemprego está aumentando e muitas empresas estão em dificuldades, o governo está sendo pressionado a delinear uma estratégia de saída.
Johnson prometeu delinear na semana que vem um "menu de opções" sobre como o isolamento poder ser amenizado, mas disse que as datas exatas de qualquer mudança dependerão de conselhos e dados científicos.
O governo também está sendo questionado por seu possível fracasso em cumprir a meta estabelecida pelo ministro da Saúde, Matt Hancock, de realizar 100 mil testes diários de detecção do vírus até o final de abril -- os exames são considerados cruciais para se encerrar o isolamento.
Johnson foi infectado pelo vírus, que o deixou gravemente doente e sob tratamento intensivo no pico do surto, e voltou ao trabalho na segunda-feira.