O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, fez um discurso duro neste sábado (18) durante o segundo dia da cúpula dos líderes da União Europeia, informam fontes ligadas ao governo de Roma.
Segundo as fontes, o discurso focou "em particular, nos países que querem fazer um veto sobre a atuação do orçamento, o que é inadmissível juridicamente e politicamente porque altera a estrutura institucional europeia".
O discurso ocorreu pouco antes da suspensão dos trabalhos do Conselho Europeu e quis atacar "a aproximação bem pouco construtiva de alguns países que estão questionando as discussões, demonstrando fraca consciência sobre a crise histórica que a Europa está vivendo e sobre a necessidade de uma rápida e eficaz reação".
Ainda sobre o fundo de recuperação, que ajuda especialmente os países mais afetados pela pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) a retomar sua economia, Conte classificou o momento como um "divisor de águas" porque "amanhã, deve ser enfrentada em todas as sedes europeias uma reforma orgânica da política fiscal europeia".
Na fala, ainda com base nas fontes, o premier italiano informou que o país decidiu, por inciativa própria, "um percurso de reformas que permite avanços, mas pretende também ter uma séria política fiscal comum, de maneira a enfrentar de uma vez por toda os superávits comerciais e os dumpings fiscais para competir de maneira igual".
A intervenção foi considerada ampla, conforme os espectadores, e não bateu de frente com a nova proposta apresentada neste sábado pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, para tentar encontrar um consenso entre os líderes tanto sobre o fundo como para o balanço do período 2021-2027.
Outra informação de bastidor, no entanto, aponta que um dos pontos apresentados por Michel, o chamado "freio de emergência", está sendo rejeitado tanto pelos italianos como pelos espanhóis.