Presidente assassinado do Haiti é sepultado conforme aumentam tensões no país

23 jul 2021 - 11h41

Pessoas em trajes militares carregaram o caixão do falecido presidente haitiano Jovenel Moise em seu funeral nesta sexta-feira, duas semanas depois de ele ser assassinado a tiros em um caso ainda envolto em mistério.

23/07/2021
REUTERS/Ricardo Arduengo
23/07/2021 REUTERS/Ricardo Arduengo
Foto: Reuters

Os carregadores colocaram o caixão polido em um estrado coroado com flores. Um padre católico abençoou o caixão e uma bandeira do Haiti foi desfraldada.

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Dignatários estrangeiros, incluindo o principal assessor do presidente Joe Biden para o hemisfério ocidental, voaram a Cap-Haitien de todos os cantos das Américas para prestar homenagens a Moise, se juntando às pessoas em luto que participaram de uma série de celebrações no Haiti esta semana.

Moise foi assassinado a tiros em sua casa em Porto Príncipe antes do amanhecer em 7 de julho, gerando uma crise política no país caribenho que já sofre com a pobreza e muitas vezes parece uma terra sem lei.

Protestos de apoiadores irritados de Moise causaram convulsões à cidade natal do líder morto, Cap-Haitien, pelo segundo dia consecutivo na quinta-feira, enquanto os trabalhadores preparavam o funeral.

Os manifestantes incendiaram pneus para bloquear vias na tarde de quinta-feira, enquanto os trabalhadores montavam palanques, a iluminação e pavimentaram uma via na direção ao mausoléu de Moise em um terreno empoeirado de vários hectares cercado por muros altos.

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Situado em um terreno da família de Moise onde ele viveu quando criança, a tumba parcialmente construída fica à sombra de árvores frutíferas, a apenas alguns passos do mausoléu do pai de Moise, que morreu ano passado. A polícia controlou o acesso ao complexo por meio de um único portão.

Ex-exportador de banana, Moise não conseguiu reprimir a violência entre gangues que cresceu sob sua supervisão e encarou ondas de protestos nas ruas por alegações de corrupção e sua administração da economia.

Entretanto, os manifestantes em Cap-Haitien expressaram raiva pelas muitas perguntas que permanecem sem respostas em relação ao assassinato, que o governo afirmou que foi executado por uma equipe majoritariamente composta por mercenários colombianos.

Faixas celebrando Moise adornavam prédios ao longo das estreitas ruas da cidade velha de Cap-Haitien, com proclamações em língua crioula como "eles mataram o corpo, mas o sonho nunca morrerá" e "Jovenel Moise - defensor dos pobres".

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