O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, anunciou nesta sexta-feira, 27, a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições antecipadas para 23 de fevereiro de 2025.
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A medida chega 11 dias depois de o chanceler Olaf Scholz, de centro-esquerda, ter perdido o voto de confiança do Bundestag, resultado esperado desde o rompimento com o Partido Democrático Liberal (FDP), que dava sustentação ao governo.
Em sua decisão, Steinmeier pediu que a campanha eleitoral seja conduzida de forma "justa e transparente" e alertou para o risco de "influência estrangeira", sobretudo no X, rede social do bilionário Elon Musk, que tem criticado o governo e elogiado o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), segundo colocado nas pesquisas.
Scholz, do Partido Social-Democrata (SPD), ficou sem maioria no Parlamento após demitir o ministro das Finanças, Christian Lindner, líder do FDP, em meio a divergências sobre a condução econômica do país.
A crise se deu na esteira de seguidas derrotas dos liberais em eleições estaduais e de pesquisas que mostram que o partido de Lindner arrisca não atingir a cláusula de barreira para entrar no Parlamento nas próximas eleições legislativas, que estavam previstas inicialmente para setembro de 2025.
O governo Scholz apresenta baixos índices de aprovação devido à estagnação econômica da Alemanha, com o fechamento de fábricas por grandes indústrias e a disparada do custo da energia em função da guerra na Ucrânia. A campanha eleitoral também acontecerá em meio à comoção provocada pelo atentado cometido por um imigrante saudita de extrema direita contra um mercado de Natal em Magdeburgo, que deixou cinco mortos.
As pesquisas apontam que a União Democrata Cristã (CDU), partido conservador da ex-chanceler Angela Merkel e hoje liderado por Friedrich Merz, é a favorita para vencer o pleito, mas não deve obter maioria parlamentar.