Presidente da Coreia do Sul defende lei marcial e promete lutar

Yoon Suk-yeol pode sofrer impeachment nos próximos dias

12 dez 2024 - 10h05

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, fez nesta quinta-feira (12) um novo pronunciamento televisivo e defendeu a fracassada tentativa de impor um decreto de lei marcial, ação que ainda pode custar o cargo do chefe de Estado conservador.

    "A minha tentativa de lei marcial não pode se configurar como insurreição. Trata-se de um ato do governo e não está sujeito ao exame judicial", declarou Yoon, enquanto a oposição protocolou um novo pedido de impeachment do presidente.

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    No discurso, o mandatário disse ter usado seu poder presidencial para "proteger a nação e normalizar os assuntos do Estado", acusando a oposição de bloquear as atividades do governo.

    Yoon decretou lei marcial na noite de 3 de dezembro, com a desculpa de combater uma suposta ameaça de "espiões" da Coreia do Norte, mas teve de voltar atrás apenas seis horas depois devido à pressão popular e à resistência do Parlamento, incluindo da base governista.

    "Se eu for processado, enfrentarei o julgamento", assegurou o presidente, afastando a hipótese de renunciar. Yoon ainda lançou dúvidas sobre as eleições legislativas de abril passado, que deram maioria para a oposição na Assembleia Nacional, denunciando supostos ataques cibernéticos de "hackers norte-coreanos".

    A lei marcial comportava proibição de protestos, suspensão de atividades partidárias e restrição da liberdade de imprensa e pode ser decretada apenas em situações de guerra ou de emergência nacional.

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    No sábado passado (7), a oposição tentou aprovar o impeachment do presidente, mas obteve 194 dos 200 votos necessários para abrir o processo (de um total de 300 na Assembleia Nacional), incluindo dois deputados governistas.

    Inicialmente, o Partido do Poder Popular, legenda de Yoon e que conta com 108 assentos no Parlamento, se recusou a apoiar o impeachment, mas nesta quinta o líder da agremiação, Han Dong-hoon, disse que a deposição do presidente pode ser o único modo de proteger a democracia sul-coreana.

    "Tentamos outras opções que reduzissem as incertezas ligadas ao impeachment, mas o pressuposto era que o presidente aceitasse renunciar. Como o presidente não tem intenção de fazer isso, essas outras opções não são viáveis", declarou Han.

    Se o impeachment for aprovado, Yoon será julgado pela Corte Constitucional e ficará suspenso do cargo durante o processo.

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