Presidente de Taiwan desafia China, que responde com exercícios militares

O governo chinês considera historicamente a ilha como uma província rebelde.

8 abr 2023 - 10h27
(atualizado às 10h39)

A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, está realizando um giro pelo continente americano para fortalecer a posição internacional da ilha em um momento no qual as tensões entre Taipei e Pequim atingem níveis inéditos há décadas.

A presidente de Taiwan, Tsai Ing
A presidente de Taiwan, Tsai Ing
Foto: wen, tem irritado o governo da China com seu giro diplomático nas Américas (Crédito Getty Images) / Perfil Brasil

Tsai se tornou líder do Partido Progressista Democrático de Taiwan em 2008. Ela era considerada uma dirigente transitória e um tanto frágil. Mas, a história mostrou que seus detratores estavam equivocados. Mais de 15 anos depois, Tsai está na reta final de seu segundo mandato como presidente de Taiwan, cargo para o qual foi reeleita em janeiro de 2016 com mais de 57% dos votos.

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Tsai reuniu-se nesta quarta-feira (05) na Califórnia com o presidente do Congresso dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, depois de ter visitado Guatemala e Belize, que são dois dos últimos aliados de Taipei nas Américas. O outro é o Paraguai. Toda esta movimentação tem irritado o governo de Xi Jinping, que vem realizando exercícios militares no pequeno trecho de mar que separa a ilha do continente chamado Estreito de Taiwan (veja vídeo abaixo).

Quando Nancy Pelosi, antecessora de McCarthy no cargo, visitou Taiwan em 2022, a China conduziu exercícios militares em larga escala ao redor da ilha. Isso reforçou o consenso em Taiwan de que a ilha precisa se preparar para um possível ataque vindo do continente. Tsai aproveitou a ocasião para estender o período de recrutamento para serviço militar de quatro meses para um ano.

Quando venceu a eleição presidencial de Taiwan em 2016, Tsai fez história ao se tornar a primeira mulher a ocupar o cargo. Ela conseguiu isso ao conquistar o apoio de jovens e eleitores que se mobilizaram no chamado "movimento do girassol" para protestar contra um acordo comercial entre Taipei e Pequim que — na visão dos manifestantes — havia deixado Taiwan em uma situação muito vulnerável. Entre os eleitores de 20 e 29 anos, 75% votaram em Tsai.

Ela ganhou grande apoio dos jovens por suas ideias, mas também por seu estilo e maneiras amigáveis que a diferenciavam da velha guarda política chinesa.

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A China continental considera a ilha de Taiwan (36 mil km²) como uma província rebelde não aceitando a divisão que foi estabelecida após o fim da Revolução Comunista em 1949. Taiwan foi o "lar" para os perdedores de Chiang Kai Shek; os comunistas ganharam com o líder Mao Tsé Tung e acabaram por dominar o extenso território no Extremo Oriente. A China continental tem uma área aproximada de 9,6 milhões de km².

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