A pressão internacional por um cessar-fogo dos ataques de Israel contra a Faixa de Gaza e dos lançamentos de foguetes por parte de grupos israelenses está aumentando e o assunto já vem ganhando espaço no governo de Tel Aviv nesta quarta-feira (19).
Na noite desta terça-feira (18), a França confirmou que apresentou ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) uma resolução para a trégua, que conta ainda com a coordenação do Egito e da Jordânia.
O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, não demonstra, porém, a disposição para implementar tal medida. Nesta quarta, ele convocou os embaixadores que estão em Tel Aviv, cerca de 70 diplomatas, para apresentar sua versão do conflito.
Ao ser questionado sobre o cessar-fogo, o político desconversou.
"Não temos um cronômetro nas mãos, mas queremos atingir os objetivos da operação. Operações precedentes duraram um período prolongado e, por isso, não é ainda possível estabelecer a duração dessa operação", disse aos embaixadores.
Netanyahu ainda apresentou um vídeo com as ações em campo e disse que o Exército "está fazendo todo o possível" para "minimizar as perdas civis". Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, já são 221 mortos nos ataques israelenses, incluindo 51 crianças.
Mais cedo, a agência francesa AFP informou que uma possível trégua já está sendo debatida entre líderes militares do país.
O governo de Israel ainda atualizou a quantidade de foguetes lançados da Faixa de Gaza, que seriam 3.750, e que 550 deles caíram dentro do território palestino. O sistema de defesa Iron Dome interceptou 90% dos objetos lançados.
Já os ataques israelenses continuam a destruir túneis usados pelo Hamas: teriam sido 40 objetivos destruídos, o que equivale a 12 quilômetros da rede subterrânea, além de depósito de armas e centros de comando. Ao menos 10 pessoas teriam sido mortas.
O conflito entre israelenses e os grupos palestinos estourou em 7 de maio, após a polícia israelense encerrar com violência um protesto de muçulmanos na Esplanada das Mesquitas contra o despejo de famílias árabes do tradicional bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental.
Mais de 300 pessoas ficaram feridas na ação e o grupo Hamas e a Jihad Islâmica começaram a disparar foguetes contra cidades israelenses. Desde então, o governo israelense faz ataques aéreos contra diversos alvos na Faixa de Gaza, inclusive em áreas residenciais. .