Alemanha, Polônia, Reino Unido, França e Itália implementarão o mais rapidamente possível as novas metas da Otan para a quantidade de armas e tropas que a aliança está prestes a definir, disse o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, nesta segunda-feira.
O chefe do Comitê Militar da Otan, o almirante holandês Rob Bauer, havia dito à Reuters que a aliança pretende antecipar a decisão sobre novas metas de armamento e número de tropas para este verão do hemisfério norte.
A aliança militar e política ocidental tem estado sob pressão não apenas na esteira da invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, mas também internamente, com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, pedindo a seus membros que gastem muito mais em defesa.
Uma cúpula da Otan em Haia, no final de junho, também discutirá o aumento da atual meta de gastos militares da Otan de 2% do PIB nacional. Alguns especialistas apontam 3% como uma possível nova meta. Trump, que retorna à Casa Branca em 20 de janeiro, recentemente insistiu em uma meta de 5%.
Falando após uma reunião com seus quatro correspondentes no vilarejo polonês de Nowa Wies, Pistorius saudou a decisão da Otan de fixar novas metas de capacidade da aliança em junho, em vez de outubro, como havia sido originalmente planejado. A medida, segundo ele, foi desencadeada por uma solicitação alemã.
"Isso nos dá muito tempo e podemos iniciar a implementação muito antes", disse Pistorius, a repórteres.
Ao mesmo tempo, ele rejeitou a pressão de Trump para que os membros aumentem os gastos com defesa para 5% do PIB, argumentando que isso equivaleria a mais de 40% do orçamento total da Alemanha.
"A questão crucial para mim é: com que rapidez nós, e cada um dos aliados, conseguiremos atingir as novas metas de capacidade da Otan? Com que rapidez seremos totalmente capazes de nos defender quando for necessário?"
O ministro da Defesa da França, Sebastien Lecornu, disse que os orçamentos militares continuarão a aumentar, mas não especificou um valor para uma nova meta da Otan.
"A situação é pior do que era durante a Guerra Fria... Podemos ser derrotados sem sermos invadidos", disse, referindo-se a ataques cibernéticos.
O ministro da Defesa polonês, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, disse que a próxima reunião do Grupo dos Cinco, em Paris, discutirá como financiar a organização e o desenvolvimento da indústria de armas na Europa.
"Vamos coordenar todas as atividades relacionadas à defesa entre nossos países. Essa é uma prioridade. A Europa precisa mostrar sua força. A Europa pode voltar a ser um farol para o mundo inteiro, ela só precisa dizer claramente: segurança é o número 1", disse.