Um promotor de Paris solicitou nesta quarta-feira uma sentença de cinco anos de prisão para a líder de extrema direita Marine Le Pen, além de uma proibição de ocupar cargos públicos pelo mesmo período, em um julgamento no qual ela e outras 24 pessoas são acusadas de desviar fundos da União Europeia.
O julgamento, uma década após o início das investigações iniciais, ameaça minar os esforços de seu partido para polir sua imagem antes da eleição presidencial de 2027, que muitos acreditam que ela pode vencer.
Nesta quarta-feira, o promotor de Paris solicitou uma multa de 300.000 euros, cinco anos de prisão e uma sentença de inelegibilidade contra Marine Le Pen, com execução provisória.
Se o tribunal a considerar culpada das acusações com essa execução provisória, Le Pen não poderá concorrer às eleições, mesmo que recorra da sentença.
"Observo que o indiciamento está sendo extremamente ultrajante em suas exigências, especialmente com o pedido de execução provisória, que ele quer impor a todos que estão sendo processados", disse Le Pen a repórteres ao sair do tribunal.
Le Pen, o próprio partido Reunião Nacional e outras 24 pessoas -- autoridades do partido, funcionários, ex-parlamentares e assistentes parlamentares - são acusados de usar dinheiro do Parlamento Europeu para pagar pessoas na França que trabalhavam para seu partido, que na época se chamava Frente Nacional.
"Não estou surpreso com o pedido de execução provisória feito pela promotoria. Há uma consistência nas exigências da promotoria", disse Patrick Maisonneuve, advogado do Parlamento Europeu.
O julgamento se estenderá até 27 de novembro.