Manifestantes protestaram neste sábado, em Teerã, contra o aiatolá Ali Khamenei após o Irã admitir ter derrubado um avião ucraniano, que causou a morte das 176 pessoas que estavam a bordo na última quarta.
Centenas de pessoas se reuniram na frente da Universidade Amirkabir. "Comandante (Khamenei), renuncie, renuncie", gritavam, de acordo com a Reuters. Imagens do protesto circulam pelas redes sociais. Outros atos também começaram a ser registrados em outros locais da cidade.
Até a agência de notícias iraniana Fars News, que raramente noticia protestos anti-governo, tem registrado protestos contra autoridades do país, que vive uma escalada de tensão desde a morte do general Qassim Suleimani em operação dos Estados Unidos há alguns dias.
Após a morte de Suleimani, que era visto como um ícone nacional, os iranianos reuniram-se em torno de seus líderes. Os protestos deste sábado sinalizam uma mudança de comportamento após a mea culpa iraniana a respeito do avião ucraniano.
O Irã negou por vários dias que um míssil derrubou a aeronave. Mas então os Estados Unidos e o Canadá, citando informações de inteligência, disseram acreditar na hipótese.
Ao admitir a culpa, o Irã fala em um "erro humano". A aeronave foi abatida poucas horas depois de o país lançar um ataque de míssil balístico em duas bases no Iraque, onde havia militares dos EUA, em retaliação pelo assassinato de Suleimani. Ninguém foi ferido no ataque às bases.
O avião, a caminho da capital ucraniana de Kiev, levava 167 passageiros e nove tripulantes de vários países, incluindo 82 iranianos, 57 canadenses e 11 ucranianos, segundo autoridades.
Em comunicado, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, exigiu uma punição para os responsáveis pelo ataque. "Esperamos que o Irã leve os culpados à justiça" e "paguem pelas compensações", disse em nota. / Com informações da Reuters