O número de bloqueios de estradas aumentou e centenas de pessoas foram às ruas no Peru, nesta quarta-feira, em uma retomada dos protestos após uma pausa nos distúrbios violentos iniciados por conta da deposição do ex-presidente Pedro Castillo, enquanto a polícia e o Exército protegem as principais instalações de infraestrutura do país.
A superintendência estadual de transportes terrestres registrou 35 pontos de bloqueio em diversas regiões do país, enquanto manifestantes antigovernamentais marcharam pelas ruas de Lima e Arequipa, sem confrontos com a polícia.
O primeiro-ministro peruano, Alberto Otárola, informou anteriormente aos jornalistas que a situação geral é "normal", embora com bloqueios nas regiões do sul, como Cusco e Puno, que afetaram o transporte de turistas e comerciantes.
"O protesto é um direito da população, mas tem que ser feito de forma pacífica", disse o governante. "Estamos trabalhando com a polícia para manter o controle interno."
Segundo imagens da televisão, a polícia e o Exército vigiaram repartições públicas em algumas áreas onde foram anunciados protestos, incluindo Ayacucho, a região onde o maior número de pessoas morreram nas manifestações de dezembro.
Em Cusco, o serviço de trem que vai para a cidadela inca de Machu Picchu, a mais visitada pelos turistas, foi suspenso em antecipação aos protestos, informou a empresa ferroviária.
O Ministério de Comércio Exterior e Turismo informou em comunicado que retirou 2.062 turistas de Machu Picchu na terça-feira e que implementou corredores seguros para os visitantes dos centros históricos de Cusco.
O Peru sofreu uma onda de protestos em dezembro, após a destituição e prisão do ex-presidente Castillo, nos quais 22 pessoas morreram em confrontos entre manifestantes e o Exército e outras seis morreram em acidentes ligados aos bloqueios.