Protestos de familiares, uso de IA, 50 mortos: o que se sabe sobre reféns mantidos pelo Hamas

Desde o dia 7 de outubro, aproximadamente 220 israelenses foram sequestrados pelo grupo e levados para Gaza; bombardeios continuam

26 out 2023 - 19h53
(atualizado às 20h22)
Da esquerda para direita: destruição em Gaza após bombardeios israelenses; mãe protesta pela liberação de reféns levados pelo Hamas
Da esquerda para direita: destruição em Gaza após bombardeios israelenses; mãe protesta pela liberação de reféns levados pelo Hamas
Foto: Reuters/Montagem

A tragédia humanitária na Faixa de Gaza se agrava a cada dia. No vigésimo dia do conflito entre Israel e Hamas, familiares dos israelenses sequestrados pelo grupo se reuniram para protestar em Tel Aviv, pedindo pela libertação imediata dos entes queridos.

Estima-se que 220 pessoas foram raptadas pelo Hamas e levadas para Gaza durante os ataques de 7 de outubro. Gaza, que segue às escuras, sem energia elétrica, combustível e praticamente sem água potável, teve 45% das residências totalmente ou parcialmente destruídas pelas Forças de Defesa de Israel (IDF).

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Os constantes bombardeios a Gaza já mataram mais de 7 mil palestinos, a maioria crianças e mulheres, e também teriam matado 50 reféns israelenses, segundo Abu Obeida, porta-voz das Brigadas al-Qassam, o braço armado do Hamas. Até o momento, apenas 4 reféns foram liberados pelo Hamas, após extensas negociações intermediadas por países como o Egito e Catar.

O que se sabe sobre a situação dos reféns mantidos pelo Hamas

Quem são os reféns levados para Gaza: Apesar dos números conflitantes divulgados pelas autoridades israelenses, estima-se que 220 pessoas tenham sido sequestradas durante os ataques do Hamas de 7 de outubro e levadas para a Faixa de Gaza. Deste grupo:

  • Mais da metade tem dupla cidadania, incluindo 15 argentinos, 12 alemães, 12 norte-americanos, seis franceses e seis russos;
  • 54 são de origem tailandesa - possivelmente trabalhadores imigrantes;
  • Apenas 4 reféns foram libertados pelo Hamas após negociações intermediadas por países como Egito e Catar;
  • 4 mulheres foram libertadas, são elas: Judith Tai Raanan e sua filha Natalie Raanan,17 anos, além de Yokheved Lifshitz , 85, e Nurit Yitzhak, 80. 

Críticas e bombas: Familiares das vítimas sequestradas temem que os entes queridos possam morrer ou sofrer ferimentos em decorrência dos ataques de Israel à Gaza. Ainda assim, a ofensiva israelense continua. Segundo o porta-voz das Brigadas al-Qassam, o braço armado do Hamas, Abu Obeida, 50 reféns já teriam morrido em decorrência dos ataques. 

Inteligência Artificial, ao invés de armas: Longe dos tanques e da artilharia pesada direcionada a Gaza, especialistas em tecnologia se voluntariaram para ajudar a identificar quem são os reféns mantidos pelo Hamas. O grupo combina Inteligência Artificial, reconhecimento facial e geolocalização para mapear busca quem foi sequestrado e quando foram vistos pela última vez.

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Para isso, os voluntários comparam fotos das vítimas, fornecidas pelas famílias, a imagens e vídeos dos ataques do Hamas que estão nas redes sociais. Segundo a Folha de S.Paulo, o grupo já conseguiu identificar 60 reféns e possíveis pontos onde estariam em Gaza. Depois de coletadas, as informações são repassadas para o Exército israelense. 

Entenda os principais pontos da guerra entre Israel e Hamas:

  • Desde o início do conflito, mais de 7 mil palestinos morreram, sendo 2.704 crianças e 1.584 mulheres, e 16 mil ficaram feridos; do lado israelense, 1.405 israelenses morreram, sendo 305 soldados e 57 policiais, e há mais de 5.431 feridos;
  • Estima-se que 220 pessoas, a maioria israelenses, foram sequestradas pelo Hamas e levadas para Gaza; apenas 4 já foram libertadas;
  • O Hamas é uma organização militar, política e social que comanda a Faixa de Gaza desde 2007, quando venceu as eleições legislativas palestinas. O grupo é considerado uma organização terrorista por países da União Europeia e pelos Estados Unidos, mas não pela ONU;
  • A Faixa de Gaza vive sob um intenso bloqueio terrestre, aéreo e marítimo, com restrições de entrada de suprimentos básicos, desde 2007, sendo considerada uma 'prisão a céu aberto' por analistas, pesquisadores e entidades de direitos humanos;
  • Os palestinos reivindicam a criação de seu Estado (que inclui a Cisjordânia) desde 1948; 
  • Em 7 de outubro, o Hamas realizou a maior onda de ataques contra Israel;
  • Benjamin Netanyahu declarou guerra ao Hamas e falou em destruir o grupo; 
  • Israel intensificou o bloqueio à Faixa de Gaza, cortando o abastecimento de energia elétrica, combustível e água, criando uma crise humanitária sem precedentes em Gaza, após mais de duas semanas de conflito praticamente não há mais água potável em Gaza;
  • Hamas ameaçou matar os reféns israelenses em retaliação à resposta militar israelense;
  • Entidades alertam para o risco de agravamento da crise humanitária em Gaza. Com os hospitais e necrotérios sobrecarregados, palestinos usam carros de sorvete e refrigeradores de alimentos para armazenar corpos;
Israel faz incursão noturna com tanques em Gaza; vídeo mostra ação
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  • Cerca de 1.400 milhão de palestinos deixaram as suas casas em busca de refúgio no sul de Gaza; a população total da Faixa de Gaza é de 2,3 milhões, sendo 47% crianças;
  • Bombardeio ao Hospital Batista Al-Ahli, em Gaza, deixou ao menos 500 mortos; Israel acusou a Jihad Islâmica pelo bombardeio. O grupo negou;
  • A terceira igreja mais antiga do mundo, a Igreja de São Porfírio, localizada na Faixa de Gaza, foi bombardeada na noite de quinta-feira, 19;
  • Representante palestino na ONU pediu um cessar-fogo imediato;
  • Estados Unidos vetaram a resolução brasileira no Conselho de Segurança da ONU; textos propostos pelos EUA e Rússia também são vetados;
  • Governo já repatriou mais de 1.135 brasileiros na operação Voltando em Paz;
  • Ajuda humanitária começa a chegar em Gaza apenas no dia 20 de outubro, 13 dias após o início do conflito;
  • Israel realliza incursão noturna com tanques em Gaza no vigésimo dia do conflito.

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Fonte: Redação Terra
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