A província mais setentrional da Itália fará no próximo fim de semana uma testagem em massa de sua população para tentar "retomar o controle" da pandemia do coronavírus Sars-CoV-2.
A iniciativa será conduzida na província autônoma de Bolzano (também chamada de Alto Ádige), que fica na fronteira com a Áustria e cuja maioria da população é de língua alemã.
Segundo o governo local, o objetivo é submeter 350 mil moradores a exames moleculares rápidos para o novo coronavírus entre sexta-feira (20) e domingo (22).
Isso equivale a toda a população do Alto Ádige, excluindo apenas as crianças de menos de cinco anos e aqueles que já são testados regularmente ou se curaram recentemente da Covid-19 - a província tem cerca de 530 mil habitantes.
"A testagem em massa é provavelmente a última chance de recuperar o controle da evolução epidemiológica no Alto Ádige, localizar os assintomáticos e ter um quadro real da situação. Do contrário, arriscamos ficar em lockdown até fevereiro", disse o secretário de Saúde da província, Thomas Widmann.
A participação na iniciativa, no entanto, não é obrigatória. "Trata-se de um gesto de responsabilidade pelo nosso próprio bem e de toda a sociedade", alertou o governador de Bolzano, Arno Kompatscher, em um apelo para as pessoas fazerem os exames.
A ação reunirá mais de 900 operadores sanitários em 184 endereços espalhados pela província. A coleta da amostra dura entre dois e três minutos, e o cidadão receberá o resultado por email. "Caso haja uma ampla participação, isso permitirá reduzir o lockdown em poucas semanas", reforçou Widmann.
A província está em quarentena por decisão de Kompatscher desde a semana passada, embora não tenha sido incluída na área de lockdown pelo governo italiano.
Bolzano tem atualmente 10.701 casos ativos do Sars-CoV-2, o que representa 2.011 para cada 100 mil habitantes, índice pior que o das 20 regiões da Itália, incluindo o Trentino-Alto Ádige (1.277/100 mil hab.), do qual a província faz parte.
De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, Bolzano já registrou 18.104 contágios e 414 mortes na pandemia.