Durante a conversa entre os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da França, Emmanuel Macron, nesta sexta-feira (18), o chefe do Kremlin voltou a acusar as "tropas ucranianas e os nacionalistas" de cometerem "crimes de guerra" no conflito na Ucrânia, segundo informou a Tass.
O telefonema entre os dois líderes, o primeiro desde o último sábado (12), durou uma hora e 10 minutos.
Nos últimos dias, têm sido intensificados os ataques aéreos contra áreas civis. Apesar da negativa de Putin, Kiev acusa os russos de fazerem as ações até por conta da baixa capacidade militar ucraniana nos céus do país.
O Eliseu confirmou a informação divulgada pela agência estatal russa e informou em nota que o presidente russo "rejeitou novamente sua responsabilidade na guerra da Ucrânia".
O governo francês ressaltou que Macron usou boa parte do tempo de conversa para focar sobre a dramática situação em Mariupol, cidade estratégica no Mar de Azov e que está sitiada por tropas russas e por milícias de Donetsk há mais de duas semanas.
Estima-se que há cerca de 300 mil civis ainda presos na localidade.
Segundo a nota oficial, Macron "pediu medidas concretas e verificáveis pelo fim do assédio a Mariupol, pelo respeito aos acessos humanitários e por um cessar-fogo imediato". Desde o dia 14 de março, os russos concordaram em abrir corredores humanitários para a cidade, mas a situação ainda é muito complexa, com tiroteios e ataques aéreos constantes.
"O presidente voltou a falar sobre o agravamento da situação na Ucrânia, os contínuos bombardeamentos contra civis e a falta de respeito aos direitos humanos enquanto as negociações entre as delegações russa e ucraniana não conseguiu dar passos adiante", acrescenta o comunicado.
Putin constantemente acusa o governo de Kiev e o Ocidente de provocarem a guerra. Nos últimos dias, o discurso tem virado até mesmo "messiânico", dizendo que a invasão vai "purificar" o povo russo para separar os "patriotas dos traidores nacionais". Nesta sexta, o líder russo participou de um evento que celebrou os oito anos da anexação unilateral da Crimeia à Rússia e citou passagens bíblicas para justificar a guerra. .