O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu nesta sexta-feira, 13, o fim do derramamento de sangue no Oriente Médio e advertiu Israel de que uma ofensiva terrestre em Gaza levaria a um número "absolutamente inaceitável" de vítimas civis. As Forças Armadas de Israel solicitaram nesta sexta-feira que todos os civis da cidade de Gaza, com mais de 1 milhão de habitantes, se encaminhem para o sul do enclave dentro de 24 horas, enquanto reuniam tanques para uma esperada invasão terrestre em resposta a um ataque devastador do grupo militante Hamas no fim de semana.
Putin disse que Israel havia sido submetido a "um ataque sem precedentes em sua crueldade" e tinha o direito à proteção, mas que o derramamento de sangue deveria cessar, alertando que um ataque terrestre levaria a "sérias consequências para todos os lados".
"E o mais importante, as mortes de civis serão absolutamente inaceitáveis. Agora o principal é parar o derramamento de sangue", disse Putin em uma cúpula no Quirguistão com outras ex-repúblicas da União Soviética.
"A Rússia está pronta para se coordenar com todos os parceiros com mentalidade construtiva", disse Putin, acrescentando que a chave para resolver o conflito israelense-palestino é a criação de um Estado palestino independente com Jerusalém Oriental como capital.
A Rússia, que mantém relações com Israel, os palestinos e grupos como o Hamas e o Hezbollah, o Irã e as principais potências árabes, têm culpado repetidamente os Estados Unidos por ignorarem o destino dos palestinos e, assim, semearem o caos no Oriente Médio.
"A grande tragédia que os israelenses e palestinos estão vivendo atualmente é o resultado direto da política fracassada dos Estados Unidos no Oriente Médio", disse Putin.
"Os norte-americanos, com o apoio de seus satélites europeus, tentaram monopolizar" o processo de paz no Oriente Médio, disse Putin.
A Rússia estreitou muito mais as relações com Israel após o colapso da União Soviética em 1991, e Israel foi cauteloso ao criticar abertamente Moscou pela invasão da Ucrânia em 2022, que deixou centenas de milhares de pessoas mortas ou feridas.
Desde o devastador ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, Kiev e Moscou têm procurado comparar os eventos no Oriente Médio com a guerra na Ucrânia. Kiev comparou Moscou ao Hamas, enquanto a Rússia disse que o Ocidente ignorou o destino dos palestinos ao apoiar Israel.