O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disseram nesta quinta-feira, 24, que a Rússia criou ferramentas de segurança suficientes para sobreviver à volatilidade do mercado e que o país "está preparado" para novas sanções e restrições por nações de todo o mundo, segundo agências internacionais.
À mídia estatal, Putin enfatizou aos líderes estrangeiros que eles não deveriam empurrar a Rússia para fora do sistema econômico global. "Não vamos infligir danos ao sistema da economia mundial em que nós mesmos estamos", disse ele. "Parece-me que nossos parceiros devem entender isso e não se impor a tarefa de nos empurrar para fora desse sistema."
Peskov, por sua vez, disse que todas as medidas necessárias estão sendo tomadas para garantir que a reação do mercado seja a mais breve possível. A Rússia prometeu responder de maneira severa às sanções anunciadas pela União Europeia (UE), afirmando que elas "não vão impedir" Moscou de ajudar os separatistas pró-russos da Ucrânia.
"Conforme o princípio da reciprocidade, que é a base do direito internacional, vamos tomar severas medidas de retaliação", declarou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em um comunicado. "Essas medidas pouco amistosas da UE contra a Rússia não vão impedir o desenvolvimento progressivo" dos laços entre Moscou e os separatistas ucranianos e "a entrega de ajuda" a esses grupos pró-russos.
Os países ocidentais preparam, nesta quinta-feira, uma bateria de amplas sanções econômicas contra a Rússia, no intuito de bloquear seu acesso aos mercados de Europa e Estados Unidos.
A UE já instaurou uma "restrição" às capacidades de financiamento do Estado russo, seu governo e Banco Central.
Depois que o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou o reconhecimento dos separatistas, Berlim suspendeu a certificação do estratégico gasoduto Nord Stream 2, uma infraestrutura já concluída para levar energia da Rússia para a Alemanha.