Putin diz que russos pró-Ocidente são 'traidores nacionais'

Em discurso pela TV, presidente aumentou tom sobre guerra

17 mar 2022 - 09h40
(atualizado às 09h46)

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez um pronunciamento pela televisão nesta quinta-feira (17) sobre a guerra na Ucrânia, chamada por ele de "operação militar especial", e disse que os russos que são pró-Ocidente são "traidores nacionais".

Putin chegou a falar de 'autopurificação da sociedade'
Putin chegou a falar de 'autopurificação da sociedade'
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

"O Ocidente, com suas sanções, quer dividir a sociedade russa e nos destruir. Mas, o povo russo sempre saberá distinguir os verdadeiros patriotas dos traidores e saberá cuspir esses últimos como mosquitos que entram acidentalmente na boca. O Ocidente terá que confiar na chamada quinta coluna, nos traidores nacionais, naqueles que ganham dinheiro aqui, mas vivem lá - e o viver lá nem é no sentido geográfico da palavra, mas de acordo com sua mentalidade de servo", disse o mandatário.

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A fala foi diretamente para muitos oligarcas e aliados do governo que começaram a se afastar de Putin por conta da invasão ordenada por ele contra o país vizinho. Centenas de grandes empresários russos já tiveram seus bens e ativos congelados no exterior por conta da relação de proximidade que tem com o governo.

Já o termo "quinta coluna" é uma analogia a quem é simpatizante ou infiltrado "do inimigo" e é usado para definir os "traidores" desde a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). Acusando os países ocidentais de terem "tirado a máscara", Putin repetiu por mais de uma vez que o objetivo de parte do globo é "dividir a sociedade, provocar conflitos civis na Rússia, usar sua quinta coluna e destruir a Rússia".

Em determinada parte de seu discurso, o mandatário afirmou que está "convencido" de que essa "autopurificação tão natural e necessária da sociedade fortalecerá o país".

Putin ordenou o início da invasão da Ucrânia em 22 de fevereiro e, desde então, vem sofrendo pesadas sanções econômicas, financeiras e políticas dos maiores países ocidentais e seus aliados.

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Além disso, para o público interno, proibiu que a mídia use termos como "guerra" ou "invasão" para falar sobre o conflito sob o risco do jornalista pegar até 15 anos de prisão. Os sites, rádios e TVs independentes que ainda existiam foram praticamente todos excluídos do país para que seja mantida apenas a narrativa oficial do governo.

Mesmo assim, mais de 40 cidades do país já registraram protestos contra os ataque e mais de 10 mil pessoas foram presas. .

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