Putin e Erdogan fazem acordo para remover combatentes curdos de fronteira com Síria

22 out 2019 - 20h07

Forças sírias e russas se mobilizarão no nordeste da Síria para remover combatentes curdos do YPG e suas armas da fronteira com a Turquia sob um acordo fechado na terça-feira, que Moscou e Ancara saudaram como um triunfo.

Presidente da Rússia, Vladimir Putin (à direita), cumprimenta o presidente turco Recep Tayyip Erdogan durante entrevista coletiva conjunta em Sóchi, Rússia 
22/10/2019
Sergei Chirikov/Pool via REUTERS
Presidente da Rússia, Vladimir Putin (à direita), cumprimenta o presidente turco Recep Tayyip Erdogan durante entrevista coletiva conjunta em Sóchi, Rússia 22/10/2019 Sergei Chirikov/Pool via REUTERS
Foto: Reuters

O acordo amplia uma trégua intermediada pelos Estados Unidos que expirou na terça-feira e destaca as mudanças vertiginosas na Síria desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou uma retirada das tropas norte-americanas há duas semanas, antes da ofensiva transfronteiriça da Turquia.

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O acordo de terça-feira endossa o retorno das forças do presidente sírio, Bashar al-Assad, à fronteira ao lado das tropas russas, substituindo os norte-americanos, que patrulham a região há anos com seus antigos aliados curdos.

Sob o acordo entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente turco, Tayyip Erdogan, os dois países disseram que a polícia militar russa e os guardas de fronteira sírios começariam a remover os membros do YPG a 30 km da fronteira turca na quarta-feira.

Seis dias depois, as forças russas e turcas começarão a patrulhar em conjunto uma faixa de terra mais estreita de 10 km na "zona segura" que Ancara busca há muito no nordeste da Síria.

Após seis horas de conversas com Erdogan, no resort de Sochi, no Mar Negro, Putin expressou satisfação pelas decisões que descreveu como "muito importantes para resolver o que é uma situação bastante tensa que se desenvolveu na fronteira entre a Síria e a Turquia".

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Uma autoridade turca elogiou o "excelente" acordo que alcançará o objetivo de longa data da Turquia de liberar a fronteira do grupo curdo YPG, que Ancara considera uma organização terrorista por causa de seus vínculos com insurgentes dentro da Turquia.

O acordo mediado pelos EUA na semana passada, que expirou tecnicamente nesta terça-feira, limitou a parte central da faixa de fronteira entre as cidades sírias de Tel Abyad e Ras al Ain, onde as forças turcas concentraram sua ofensiva militar.

Sob o acordo com Moscou, o comprimento da fronteira da qual o YPG será obrigado a recuar é mais de três vezes o tamanho do território coberto pelo acordo EUA-Turquia, abrangendo a maior parte da área que a Turquia queria incluir.

"O resultado da reunião de Putin-Erdogan em Sochi hoje indica que Erdogan se tornou mestre em impulsionar os EUA e a Rússia uns contra os outros para maximizar os ganhos de Ancara", disse Soner Cagaptay, diretor do programa turco do Instituto Washington, no Twitter.

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"A Turquia conseguiu a zona segura que queria esse tempo todo."

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