O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez sua primeira aparição nesta segunda-feira, 26, desde a rebelião liderada pelo fundador do grupo paramilitar Wagner no último fim de semana.
Em um vídeo divulgado pelo Kremlin, Putin fez um discurso durante o fórum "Engenheiros do Futuro", no qual elogia as empresas por sua contribuição para o funcionamento estável da indústria russa em face de "diversos desafios externos".
Essa é a primeira aparição pública do presidente russo desde seu discurso transmitido pela televisão no último sábado, 24, no qual ele criticou a rebelião liderada por Prigozhin, chamando-a de "facada nas costas".
Acordo
Putin reapareceu publicamente após ter fechado um acordo com Yevgeny Prigozhin, líder do grupo paramilitar Wagner. No domingo, momentos antes de chegar a Moscou para liderar uma revolta contra os comandantes russos, Prigozhin recuou e dirigiu-se à Bielorrússia.
O movimento foi resultado de um acordo intermediado pelo presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, com o intuito de pôr fim à rebelião.
No sábado, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, anunciou que o processo criminal contra o líder do grupo paramilitar Wagner será arquivado e que os membros do grupo não enfrentarão ações judiciais, como forma de reconhecimento por seus "serviços anteriores".
A decisão, porém, contrasta com a promessa anterior feita por Putin de punir severamente os "traidores".
Apesar do golpe ter terminado abruptamente, assim como começou, a crise representa o maior desafio que Putin enfrentou desde que assumiu o poder em 1999.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que a crise revela "verdadeiras rachaduras" na autoridade de Putin, uma avaliação semelhante à feita pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.