Quais os próximos passos para a escolha de candidato democrata após desistência de Biden

A decisão de Biden acontece um mês antes da Convenção Nacional Democrata, que oficializa a chapa para as eleições. Entenda os próximos passos.

22 jul 2024 - 06h17
(atualizado às 07h34)
Biden e Harris
Biden e Harris
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciar no domingo (21/7) que abandonaria a campanha pela reeleição, cresceram as especulações sobre quem irá substituí-lo como nome do Partido Democrata na disputa contra o ex-presidente Donald Trump.

Biden, que completará o restante de seu atual mandato, endossou a vice-presidente, Kamala Harris, para substituí-lo como candidato do Partido Democrata nas eleições marcadas para 5 de novembro.

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A decisão acontece um mês antes da Convenção Nacional Democrata, que oficializa a chapa para as eleições.

A seguir, você confere um guia do que vai acontecer daqui em diante.

O que acontece agora?

O último presidente dos EUA em exercício que abandonou uma campanha pela reeleição foi Lyndon Baines Johnson, em 1968.

Devido à falta de precedentes, o cronograma para nomear um novo candidato tão próximo ao dia da eleição ainda não está claro.

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O presidente Biden já havia conquistado 3.896 delegados, número que supera de longe o mínimo que ele precisava para garantir a indicação do partido.

Embora o apoio de Biden faça de Kamala Harris a escolha mais provável para a indicação, os delegados ainda não estão comprometidos com um candidato específico.

Em última análise, caberá a eles votar em quem acharem melhor.

Pode acontecer uma convenção aberta?

A convenção democrata confirmará o candidato do partido
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

A Convenção Nacional Democrata está programada para começar em 19 de agosto.

Se o partido não se unir para apoiar um novo candidato, poderá preparar o cenário para uma convenção aberta pela primeira vez desde 1968.

Isso significa que os delegados decidiriam em quem votar. Os candidatos a liderar a chapa precisam das assinaturas de pelo menos 300 delegados (não mais do que 50 assinaturas vindas de um único Estado) para que o nome do concorrente apareça na cédula de votação.

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Na sequência, há uma rodada inicial de votação entre os 3.900 delegados, que inclui eleitores considerados leais ao Partido Democrata.

Se nenhum candidato receber a maioria dos votos após esse primeiro turno, novas rodadas de votação são realizadas. Isso inclui a participação de superdelegados — líderes partidários e funcionários públicos eleitos — que votam até que um candidato seja escolhido.

Para garantir a indicação do partido, um candidato precisa de pelo menos 1.976 votos de delegados.

Como Kamala Harris aparece na disputa

A vice-presidente Kamala Harris, de 59 anos, é, neste momento, a melhor posicionada para substituir Biden na cabeça de chapa.

Logo após a desistência do presidente no domingo (21/7), Harris confirmou a intenção de "ganhar essa indicação" e tentar vencer Trump nas eleições de novembro.

Kamala Harris é a favorita no momento e já recebeu apoios importantes
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Para isso, ela conta com o apoio do próprio Biden, que deixou isso claro na mensagem de desistência.

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O ex-presidente Bill Clinton, que governou o país entre 1993 e 2001, e sua esposa Hillary Clinton, que concorreu contra Trump em 2016, também correram para apoiá-la.

Em uma declaração publicada no X (o antigo Twitter), eles disseram que "farão tudo que puderem para apoiá-la".

Além disso, pelo menos 35 representantes democratas e 14 senadores expressaram apoio à campanha de Kamala Harris no domingo.

Entre eles estão Adam Schiff, candidato democrata ao Senado na Califórnia e aliado de Nancy Pelosi; Jim Clyburn, amigo de Joe Biden que elogiou a escolha de Harris como vice-presidente; e Ted Lieu, vice-presidente do Conselho Democrático da Câmara.

Ilhan Omar, uma democrata progressista de Minnesota, também apoiou Harris, assim como Jamie Raskin, de Maryland, que enfatizou a unidade partidária, Robert Garcia, da Califórnia, aliado de Harris 2020, e Val Hoyle, do Oregon.

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A Associação de Comitês Democráticos Estaduais (ASDC) também anunciou que a "maioria esmagadora" dos 57 líderes estaduais do Partido Democrata era a favor de endossar Kamala Harris para substituir Biden.

Quem pode competir com Kamala Harris?

À medida que aumentavam os pedidos para que Biden desistisse da corrida eleitoral nas últimas semanas, surgiram vários substitutos em potencial.

A governadora democrata de Michigan, Gretchen Whitmer, foi apontada como uma possível candidata, embora tenha afirmado que não consideraria concorrer se o atual presidente se retirasse da disputa.

Gretchen Whitmer é muito popular e governa Michigan, um Estado importante
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

No domingo, minutos após o anúncio de Biden, Whitmer disse que faria tudo o que pudesse "para eleger democratas e deter Donald Trump".

Outras opções incluem o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, e o governador de Illinois, JB Pritzker.

Alguns desses nomes poderiam ser considerados para o cargo de vice-presidente se Kamala Harris vencesse a indicação.

O secretário de Transportes, Pete Buttigieg, e o governador da Califórnia, Gavin Newsom, também apareceram como possíveis candidatos, mas são considerados menos propensos a concorrer, já que ambos publicaram mensagens de apoio à candidatura de Kamala Harris nas últimas horas.

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O que acontece com as doações de campanha de Biden?

Um fator que fortalece Kamala Harris é que ela já arrecadou recursos para a campanha.

A vice-presidente tem uma vantagem financeira significativa, com US$ 96 milhões de dólares disponíveis (R$ 538 milhões), o que a permitiria continuar a campanha sem interrupção.

Se outro candidato fosse escolhido, a situação financeira poderia se complicar, pois, em princípio, o dinheiro teria que ser reembolsado aos doadores — embora existam algumas alternativas, consideradas caras e problemáticas.

Uma opção viável seria transferir esses fundos diretamente para o Comitê Nacional Democrata, como o empresário e político Michael Bloomberg fez em 2020, ao fornecer apoio financeiro considerável ao então candidato Joe Biden.

Outra opção seria votar em um candidato bilionário, como o governador JB Pritzker, que poderia autofinanciar a campanha e igualar os recursos do rival republicano.

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Pritzker tem um patrimônio líquido de US$ 3,5 bilhões (quase R$ 20 bilhões)
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Além disso, o comportamento de pequenos doadores será um fator crucial durante esse período de incertezas.

Embora um novo candidato possa gerar entusiasmo e atrair novas doações, também existe o risco de que a arrecadação de fundos diminua se o novo candidato se mostrar menos competitivo do que Biden.

Esta reportagem foi traduzida e revisada por nossos jornalistas utilizando o auxílio de IA na tradução, como parte de um projeto piloto.

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