Quem é líder da seita que defendia jejum 'para encontrar Jesus’ e matou ao menos 73 no Quênia

Paul Mackenzie Nthenge, suspeito por causar dezenas de mortes, já chegou a ser preso duas vezes devido a sua pregação extrema

25 abr 2023 - 12h25
(atualizado às 12h55)
Paul Mackenzie Nthenge é acusado de levar seus seguidores a jejuarem "para encontrar Jesus" e causar a morte de ao menos 73 pessoas no leste do Quênia
Paul Mackenzie Nthenge é acusado de levar seus seguidores a jejuarem "para encontrar Jesus" e causar a morte de ao menos 73 pessoas no leste do Quênia
Foto: REUTERS/Stringer

Paul Mackenzie Nthenge, acusado de levar seus seguidores a jejuarem "para encontrar Jesus" e causar a morte de ao menos 73 pessoas no leste do Quênia, é um taxista que virou "pastor" em 2003. Segundo a AFP, sua pregação extrema já o fez ser preso duas vezes desde 2017. Ao menos 73 corpos foram localizados nos últimos três dias em Malindi, leste do país, segundo a polícia do Quênia atualizou na segunda-feira, 24.

De acordo com as investigações, todas as vítimas faziam parte da Igreja Internacional das Boas Novas, fundada por Makenzie Nthenge. Conforme aponta a polícia, ele foi quem incentivou os seguidores a fazerem jejum total "para conhecer Jesus". E, apesar de ter sido preso há 10 dias, ainda há pessoas que o seguem escondidas jejuando, de acordo com as investigações.

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O jornal queniano The Standard informou que os patologistas vão colher amostras de DNA e realizar testes para determinar se as vítimas realmente morreram de fome.

De acordo com a BBC, a polícia prendeu Nthenge no dia 15 de abril depois de descobrir os corpos de quatro pessoas suspeitas de terem morrido de fome e encontrar outras pessoas famintas. Nos dias seguintes, os demais corpos foram sendo localizados. 

Porém, segundo a AFP, essa não foi a primeira vez de Nthenge na mira da polícia. De acordo com o site da igreja, ele fundou o movimento em 2003, montou filiais em Nairóbi e ao longo da costa do Quênia que atraíram mais de 3 mil devotos.

Nthenge difundia um programa intitulado "Mensagem dos últimos tempos" que falava sobre "ensinamentos, pregações e profecias sobre o final dos tempos, comumente chamados escatologia". Ele dizia "levar o evangelho do nosso senhor Jesus Cristo livre do engano e do intelecto do homem".

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O objetivo, segundo diz o site da igreja, era "nutrir os fiéis de forma holística em todos os assuntos da espiritualidade cristã enquanto nos preparamos para a segunda vinda de Jesus Cristo por meio do ensino e do evangelismo".

Além disso, Nthenge também lançou um canal no YouTube em 2017, em que abordava aos seguidores práticas "demoníacas" que não deveriam ser praticadas. Naquele mesmo ano, ele foi preso sob a acusação de "radicalização" após estimular crianças a não frequentarem a escola porque a educação, segundo dizia, não era reconhecida pela Bíblia.

Dois anos depois, ele afirma ter criado sua igreja após se mudar para a cidade de Shakahola. No mês passado, chegou a dizer ao jornal Nation que "teve uma revelação de que havia chegado a hora de desistir". 

Preso novamente em março

Segundo um levantamento feito pela AFP a partir da mídia local, o "pastor" foi preso novamente em março após duas crianças morrerem de fome sob a custódia de seus pais. Ele foi libertado sob fiança e disse à revista americana Nation que estava "chocado com as acusações".

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Poucos dias depois, uma batida policial em uma floresta perto da cidade costeira de Malindi levou os investigadores a exumar o local em busca de valas comuns. Devido ao número de mortos já encontrados, o ocorrido foi apelidado de "Massacre na Floresta de Shakahola".

Nthenge segue sob custódia policial após se render às autoridades. 

Fonte: Redação Terra
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