Ranking tem 3 universidades do Brasil entre as 300 melhores

As pesquisas privilegiam instituições com reputação acadêmica e foco em pesquisa científica

16 set 2014 - 13h41
(atualizado às 14h52)
<p>Universidades focadas em pesquisas científicas têm maiores chances de estarem no topo de ranking</p>
Universidades focadas em pesquisas científicas têm maiores chances de estarem no topo de ranking
Foto: Thinkstock

O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) lidera o ranking das melhores universidades do mundo, que tem a Universidade de São Paulo (USP) como a instituição brasileira mais bem colocada, na 132ª posição.

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É o terceiro ano que a universidade americana, famosa por suas pesquisas em ciência e tecnologia, lidera o respeitado ranking mundial QS. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na 206ª posição, e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na 271ª, são as outras duas instituições brasileiras entre as 300 melhores.

Mas o que faz uma universidade ser considerada uma das melhores do mundo?

O principal fator levado em conta no ranking QS, publicado há dez anos, é a reputação acadêmica. Este cálculo é feito através de uma enquete com mais de 60 mil acadêmicos (professores, pesquisadores e palestrantes) em todo o mundo, que avaliaram instituições que não fossem as suas próprias.

Isto significa que universidades com nomes mais estabelecidos e respeitados têm chances de ter um desempenho melhor, disse o diretor-gerente do QS, Ben Sowter.

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O ranking analisa também as pesquisas publicadas e quantas vezes elas foram citadas por outros pesquisadores, além da proporção do corpo docente para estudantes.

Estes três elementos - reputação, citações e proporção de professores - representam 80% do ranking. Há também observações sobre o grau de internacionalização da equipe acadêmica e dos estudantes.

Diante disso, as melhores escolas provavelmente serão universidades grandes e prestigiadas, com foco em pesquisa, que possuem respeitados departamentos de ciências e muitas colaborações internacionais.

Eis um exemplo: as britânicas Cambridge e Imperial College empataram no segundo lugar do ranking. Os acadêmicos destacaram as pesquisas em ciência e tecnologia do Imperial College, que estava na quinta posição no ano passado.

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Entre os projetos da universidade está o desenvolvimento do "iKnife", uma faca que pode alertar o cirurgião se o tecido que está sendo cortado é cancerígeno ou não, e de uma garrafa de água comestível, que reduziria a poluição e o desperdício causados pelas embalagens de plástico convencionais.

Em quarto lugar no ranking está a Universidade de Harvard, a mais rica de todo o mundo. E outras duas instituições britânicas dividem o quinto lugar - a College London e Oxford.

Os rankings são justos?

No entanto, não é difícil perceber as limitações dos rankings universitários. Eles medem os atributos da universidade ao invés de avaliar seus alunos e produzem uma lista dominada por um tipo específico de instituição, a que dá ênfase a pesquisas científicas.

O resultado é que escolas pequenas, especializadas, na área de artes ou sem foco em pesquisa, por exemplo, não aparecem com destaque, independentemente da qualidade que têm. Além disso, a ênfase na reputação reforçará a vantagem daquelas que já são famosas. Por fim, os primeiros postos neste ranking são exclusivamente preenchidos com universidades em língua inglesa.

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Apesar desses poréns, é difícil negar a importância que tais classificações têm. Elas se tornaram uma parte inescapável da reputação e imagem das universidades, ajudando-as a atrair estudantes, professores e investimento em pesquisa.

"Os rankings, para melhor ou pior, têm sido muito influentes entre alunos, líderes governamentais e algumas universidades em vários países", disse Philip Altbach, diretor do Centro de Educação Superior Internacional do Boston College.

Mas ele alerta sobre o que realmente está sendo avaliado. Instituições que não realizam pesquisas deveriam ser comparadas em rankings destinados a universidades focadas em pesquisas?

A União Europeia lançou neste ano um novo comparativo de universidades, o U-Multirank. Ele dá ênfase menor à reputação das instituições e permite que estudantes selecionem seus próprios critérios de comparação.

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A ideia parte do princípio de que um aluno interessado em um curso na área de humanas, por exemplo, não se beneficia muito de um ranking focado em universidades com projetos de pesquisa científica.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que lançou o pioneiro teste Pisa em escolas, também quer começar a comparar o ensino superior.

Segundo o diretor de educação da entidade, Andreas Schleicher, há uma demanda pública para que se avalie a qualidade das universidades. Mas ao invés de analisar aspectos das instituições - como verbas, pessoal e instalações - ele está interessado em saber o que os estudantes estão aprendendo.

Propostas para um tipo diferente de classificação das universidades deverão ser apresentadas aos governos da OCDE em breve, disse ele.

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