Rebeldes dominam bairros de Damasco, capital da Síria, dizem autoridades dos EUA

Governo negou que o presidente Bashar Al-Assad tenha deixado o país

7 dez 2024 - 15h46
(atualizado às 16h23)
Os militantes islâmicos do Hayat Tahrir al-Sham (HTS) tomaram o controle de Aleppo e chegaram a Damasco em poucos mais de uma semana
Os militantes islâmicos do Hayat Tahrir al-Sham (HTS) tomaram o controle de Aleppo e chegaram a Damasco em poucos mais de uma semana
Foto: BBC News Brasil

Uma autoridade do governo dos EUA disse à emissora CBS, parceira da BBC no país, que a capital da Síria, Damasco, está sendo tomada por rebeldes "subúrbio após subúrbio".

Enquanto isso, os rebeldes do Hayat Tahrir al-Sham (HTS) tomaram o controle da cidade de Homs, de acordo com relatos do front. Eles já tinham ocupado Aleppo e Hama, além de manter o controle da província de Idlib, que ocupam desde 2011, quando ainda tinham outro nome.

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O ritmo do avanço dos rebeldes na Síria tem sido impressionantes, afirma o corresponde da BBC no Oriente Médio, Hugo Bachega.

O governo da Síria negou relatos de que o presidente Bashar al-Assad e sua família tenham deixado Damasco.

O ministro do interior da Síria disse que há um "cerco militar forte" em volta de Damasco e que ninguém conseguiria passar, segundo a agência de notícias AFP.

Militares israelense informaram que estão prestando ajuda para as forças da ONU (Organização das Nações Unidas) que estariam sob ataque de grupos armados.

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Pouco antes, o grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS) que disse que tinha o dever de proteger representantes internacionais e da ONU na Síria.

O HTS, junto com grupos aliados, tomou cidades sírias importantes, incluindo Aleppo, Hama e Deraa, desde que lançaram uma grande ofensiva na semana passada.

Eles disseram que seu objetivo é derrubar o regime do presidente Bashar al-Assad, considerado autoritário e acusado de diversas violações de direitos humanos.

Mas quem são os militantes islâmicos e o que eles podem fazer?

O HTS foi criado com um nome diferente, Jabhat al-Nusra, em 2011, como um afiliado direto da Al Qaeda. O líder do Estado Islâmico (EI), Abu Bakr al-Baghdadi, também estava envolvido em sua formação.

O HTS foi considerado um dos grupos mais eficazes e mortais contra o presidente Assad em 2011, quando o governo reprimiu diversas revoltas em meio ao que ficou conhecido como a Primavera Árabe.

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Mas sua ideologia jihadista parecia ser sua força motriz - e na época o grupo foi visto como opositor da principal coalizão rebelde sob a bandeira da Síria Livre.

E em 2016, o líder do grupo, Abu Mohammed al-Jawlani, rompeu publicamente com a Al Qaeda, dissolveu a Jabhat al-Nusra e criou uma nova organização, que assumiu o nome de Hayat Tahrir al-Sham quando se fundiu com vários outros grupos parecidos um ano depois.

Já faz algum tempo que o HTS estabeleceu sua base de poder na província noroeste de Idlib, onde ocupa o governo local. Seus esforços em direção à legitimidade, no entanto, foram manchados por denúncias de violações de direitos humanos.

*Mais informações em breve

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