Rebeldes etíopes atacam Eritreia e ampliam conflito

Governo da Etiópia move ofensiva na região de Tigray

15 nov 2020 - 12h12
(atualizado às 12h30)

Forças da região rebelde de Tigray, no norte da Etiópia, dispararam foguetes contra a capital da vizinha Eritreia, Asmara, e ampliaram o alcance do conflito que ameaça jogar o segundo país mais populoso da África em uma nova guerra civil.

O líder do TPLF e governador de Tigray, Debretsion Gebremichael
O líder do TPLF e governador de Tigray, Debretsion Gebremichael
Foto: EPA / Ansa - Brasil

As autoridades de Tigray, que faz fronteira com a Eritreia, sempre foram contra o acordo entre Asmara e Adis Abeba, que rendeu o Nobel da Paz em 2019 ao primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed.

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Os dois países passaram cerca de 20 anos em guerra pela posse da região de Badme, mas firmaram um tratado de paz em 2018, após Ahmed aceitar retirar as tropas etíopes da área em disputa.

Tigray é palco de uma ofensiva militar do Exército da Etiópia desde o início de novembro, após meses de tensões entre o governo federal e a administração local. A região é comandada pela Frente Popular de Libertação de Tigray (TPLF), partido da etnia tigré, que representa 96% da população regional e 6% dos etíopes.

A TPLF foi a principal força política no país durante décadas, englobando o período da guerra contra a Eritreia, mas reclama de ter sido marginalizada do governo federal com a ascensão de Ahmed, da etnia oromo, em abril de 2018.

O partido também questiona o adiamento por tempo indeterminado das eleições previstas para agosto deste ano devido à pandemia do novo coronavírus e realizou um pleito regional à revelia de Adis Abeba.

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Até o momento, cerca de 25 mil civis já fugiram de Tigray para o vizinho Sudão por causa dos conflitos de novembro. "A Justiça vai prevalecer. A Etiópia vai prevalecer", escreveu Ahmed no Twitter neste domingo.

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