Recuperado, premiê britânico diz ainda ser arriscado relaxar isolamento

27 abr 2020 - 10h31
(atualizado às 10h37)

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, voltou a trabalhar nesta segunda-feira depois de se recuperar da Covid-19, alertando que ainda é perigoso demais relaxar o isolamento rigoroso que abala a economia britânica por causa do risco de um segundo surto da doença.

Premiê britânico, Boris Johnson, discursa em frente à sua residência oficial em Londres
27/04/2020 Pippa Fowles/10 Downing Street/Divulgação via REUTERS
Premiê britânico, Boris Johnson, discursa em frente à sua residência oficial em Londres 27/04/2020 Pippa Fowles/10 Downing Street/Divulgação via REUTERS
Foto: Reuters

Voltando a parecer saudável depois de correr risco de morte com o vírus, Johnson comparou a doença a um criminoso de rua invisível com o qual os britânicos estão se atracando.

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"Se pudermos mostrar o mesmo espírito de união e determinação que mostramos nas últimas seis semanas, não tenho nenhuma dúvida de que o derrotaremos", disse o premiê de 55 anos diante de sua residência oficial de Downing Street um mês e um dia depois de ser diagnosticado.

"Peço a vocês que contenham a impaciência, porque acredito que agora estamos chegando ao final da primeira fase do conflito e, apesar de todo o sofrimento, estamos vencendo até agora."

Como o desemprego está disparando, muitas empresas estão prejudicadas e uma recessão se aproxima, Johnson disse que entende as preocupações do empresariado e consultará partidos de oposição que pedem clareza a respeito da saída do isolamento.

Mas como o país está sofrendo uma das maiores taxas de mortalidade do mundo - 20.732 mortes em hospitais até sábado -, ele enfatizou que ainda se trata de um momento de risco máximo e que não haverá uma suspensão rápida das restrições.

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"Simplesmente não podemos detalhar o quão rápidas ou lentas, ou mesmo quando estas mudanças serão feitas, embora esteja claro que o governo dirá muito mais a respeito disto nos próximos dias", disse.

"Também precisamos reconhecer o risco de um segundo pico, o risco de perder o controle deste vírus e de permitir que a taxa de transmissão volte a passar de um, porque isso significaria não somente uma segunda onda de morte e doença, mas também um desastre econômico."

O isolamento mais severo em tempos de paz deixou o Reino Unido diante da possibilidade da recessão mais profunda em três séculos e o maior esbanjamento de fundos desde a Segunda Guerra Mundial.

O governo, o partido e conselheiros científicos de Johnson estão divididos a respeito de como e quando a quinta maior economia do planeta deveria começar a voltar à atividade, mesmo que de forma limitada.

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O governo deve rever as medidas de distanciamento social no dia 7 de maio. Inicialmente, Johnson resistiu à sua adoção, mas mudou de ideia quando projeções mostraram que um quarto de milhão de pessoas poderia morrer.

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